A seleção brasileira masculina de vôlei amargou neste domingo o seu sexto vice-campeonato na Liga Mundial. Em Cracóvia (POL), o time nacional foi superado pela Sérvia por 3 sets a 0 (25/22, 25/22 e 25/21) em seu último grande teste antes da estreia nos Jogos Olímpicos, em 7 de agosto.
O domínio da Sérvia na partida foi tamanho que o Brasil só esteve à frente do marcador em uma oportunidade, quando fez 6 a 5 no primeiro set. Os erros também impossibilitaram qualquer chance de vitória. Foram 24 em todo o duelo. A Sérvia, por outro lado, só deu 11 pontos de graça.
Com o triunfo, os sérvios comprovaram a fama de algozes do Brasil na atual edição da Liga. A seleção europeia era a única até então que havia superado o time de Bernardinho em 12 partidas do torneio. Na fase de classificação, em Belgrado, fizeram 3 a 1.
O título deste domingo foi o primeiro da Sérvia na história da competição após cinco vice-campeonatos. Os sérvios dedicaram todas as atenções a competição pois não conseguiram a classificação para participarem dos Jogos Olímpicos. Foram eliminados ainda na primeira fase do Pré-Olímpico Europeu, disputado em janeiro.
Já o Brasil completa seis anos de jejum de títulos na Liga Mundial. A última conquista aconteceu em 2010, contra a Rússia.
Do time que havia vencido a França na semifinal, a única alteração foi a entrada de Tiago Brendle no lugar de Serginho. O central Maurício Souza iniciou como titular após sentir fortes dores nas costas no sábado.
E assim como acontecera com os franceses, Wallace mais uma vez foi o maior pontuador. Desta vez com 18 acertos.
Na decisão pelo terceiro lugar, a França superou a Itália por 3 sets a 0 (25/23, 25/21 e 25/20) para ficar com a medalha de bronze.
Não fosse a quantidade de erros, seja em ataques ou na recepção, o Brasil poderia ter vencido o disputado primeiro set, que terminou com triunfo sérvio por 25 a 22. A equipe nacional deu seis pontos de graça para os rivais. A bola que decidiu a parcial foi um exemplo disso, com Mauricio Borges mandando um saque no meio da rede.
Mas a Sérvia também teve muitos méritos para largar na frente. Saques forçados e uma boa variação de ataques complicaram bastante o bloqueio brasileiro e o sistema defensivo, que contou com Tiago Brendle como titular no lugar de Serginho.
Assim como já havia ocorrido contra a França na semifinal, Wallace foi a principal válvula de escape. Não à toa, terminou a primeira parcial com sete pontos marcados, quase um terço dos feitos pelo Brasil.
A Sérvia seguiu com a mesma tática no segundo set: forçar o saque para quebrar o passe brasileiro. E isso surtiu bastante feito. Não foram poucas as vezes em que Bruninho precisou sair correndo pela quadra pois não recebia a bola em condições de fazer um levantamento ideal.
E ao dificultar a organização das jogadas brasileiras, os sérvios também forçaram os erros, em uma repetição do que aconteceu no primeiro set. Foram mais nove pontos dados de graça e poucos ataques dos centrais, sobrecarregando o ponteiro Lucarelli e o oposto Wallace.
O saque brasileiro também pouco funcionou ao longo de toda a parcial.
Vendo a situação se complicar bastante, o técnico Bernardinho tentou alterar o panorama do jogo com substituições. Para o terceiro set, Lipe entrou no lugar de Mauricio Borges e Éder no lugar de Sidão.
Mas nem isso adiantou. O saque sérvio continuou machucando a recepção brasileira e prejudicando todas as ações ofensivas do time nacional.
Bernandinho lançou mão também do levantador William e do central Evandro para acordar o time. Porém, a tarde não era mesmo do Brasil.