A cirurgiã vascular conta que as varizes não são apenas um problema estético, já que podem levar a complicações.
O aparecimento de veias grossas logo abaixo da pele — as temidas varizes — é comum com o avanço da idade. O problema é mais frequente em mulheres mais idosas, mas também pode afetar homens e pessoas jovens. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, 38% dos brasileiros, levando em consideração todas as faixas etárias, sofrem com esse problema. Os estudos também apontam que, no Brasil, 70% dos idosos com mais de 70 anos convivem com as varizes. A questão, no entanto, não é apenas estética, como alerta a cirurgiã vascular Letícia Costa. Ela destaca que as veias problemáticas podem causar complicações e detalha os possíveis tratamentos para a condição.
Drª. Letícia Costa explica que as varizes são veias dilatadas e tortuosas, que não funcionam adequadamente. “Dentro das veias, temos válvulas que controlam o fluxo de sangue em um sentido. Quando essas válvulas não fecham corretamente, o sangue acaba indo no sentido contrário e a veia dilata para comportar esse volume. Aí surgem as varizes”, detalha. Ela acrescenta que essa é uma doença crônica, que pode causar complicações ao longo dos anos se não for tratada. Além do engrossamento progressivo das vias e piora dos sintomas, as varizes podem comprometer a pele, deixando-a mais escura, além de aumentar o risco de trombose. Há ainda a possibilidade de rompimento das veias (varicorragia) e até formação de feridas na perna.
As varizes, no entanto, podem ser prevenidas com hábitos saudáveis, como explica a Dra. Letícia Costa. Ela lembra que a doença tem um componente genético importante, que não pode ser mudado, mas destaca que os outros fatores que favorecem o surgimento do problema podem ser controlados. “É fundamental fazer atividade física, evitar obesidade, movimentar-se ao longo do dia, não fumar e evitar longos períodos na mesma posição”, diz a especialista.
Ela esclarece, ainda, que as varizes não têm cura, mas têm tratamento. Atualmente, métodos menos invasivos que a cirurgia tradicional já são capazes de proporcionar ótimos resultados. “Usamos técnicas de espuma, laser transdérmico, endolaser e radiofrequência. Esses métodos modernos conseguem substituir a cirurgia em até 86% dos casos e não exigem repouso”, afirma a médica. A doença, apesar de muito mais frequente nas mulheres, também acomete homens, que são tratados com os mesmos procedimentos. “No entanto, é muito comum que os homens procurem o médico apenas em estágios mais avançados da doença, quando acabam tendo que fazer cirurgia”, conta Drª Letícia. “Por isso a importância de procurar acompanhamento o quanto antes, quando se tem apenas vasinhos, mesmo que não se tenha sintomas ainda”, ressalta ela.
Fonte: cartaodevisita.com.br