Um relatório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que há evidências de que a campanha à reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2014, utilizou recursos desviados da Petrobras, de acordo com reportagem da Istoé. O documento, segundo a revista, estaria em fase final de redação e uma perícia oficial deve ser divulgada em agosto.
Os indícios de lavagem de dinheiro durante a campanha de 2014 de Dilma, segundo a publicação, estão no fato de as gráficas VTPB, Focal, do ex-garçom de Lula, Carlos Cortegoso, e Red Seg não comprovarem os serviços prestados declarados nas últimas eleições. Com isso, as empresas seriam uma fachada e serviam de ponte para o pagamento de propinas do Petrolão. As três gráficas juntas receberam montante de R$ 52 milhões na campanha de Dilma em 2014.
A reportagem mostra que a Focal e a VTPB não apresentaram notas fiscais das máquinas nem contratos trabalhistas. Já a Red Seg, segundo a publicação, nem livro contábil possui. Cortegoso disse à revista que a Focal cometeu “algumas pequenas irregularidades no sentido fiscal, mas no sentido criminal não tem nada”. Já os donos da VTPB afirmaram que a estrutura da empresa não tem nenhuma relação com os R$ 22,9 milhões recebidos da campanha de Dilma. A Red Seg não se manifestou.
As suspeitas de que os recursos repassados às três gráficas tiveram origem no Petrolão, esquema de desvios na Petrobras,apareceram na delação premiada de donos de empreiteiras presos no âmbito da Lava Jato. A ministra Maria Thereza, relatora do pedido de cassação de Dilma no TSE, ainda solicita mais provas e informações obtidas pela Polícia Federal durante as investigações.
O presidente do Tribunal, Gilmar Mendes, informou que “nem todas as diligências foram cumpridas pelo TSE” e que, por isso, “há de se aguardar uma maior quantidade de elementos para elaboração do relatório final da perícia”. O é de 90 dias, que serão concluídos no mês que vem
Os ministérios públicos federal (MPF) e do estado do Ceará (MP-CE) investigam um esquema de fraudes na concessão de empréstimos do Banco do Nordeste que provocaram prejuízo de até R$ 1,5 trilhão. Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (4), o procurador da República Oscar Costa Filho detalhou que o crime contava com a participação de cerca de dez pessoas, incluindo funcionários do banco e pelo menos 11 empresas. A fraude acontecia através da manipulação da nota de risco das empresas e da cobrança de propina para a liberação do dinheiro, equivalente a 2,5% do valor concedido. As dívidas não eram quitadas e geravam prejuízo para o banco. “Essas práticas criminosas se davam mediante desobediência sistemática dos normativos internos do banco, no que diz respeito à exigência de garantias confiáveis para fazer com que os empréstimos tivessem uma determinada segurança. São empréstimos que acabaram não sendo pagos”, explica o procurador, acrescentando que os créditos não eram cobrados “porque eles não foram concedidos para serem pagos”.