“Ora a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem”. (Hebreus 11.1) Talvez a melhor definição de fé seja essa, dada pelo autor do livro de Hebreus. E, logo de cara, ela já confronta a definição popular sobre o termo. O autor de Hebreus não diz que fé é acreditar muito que uma coisa pode acontecer, fé é uma certeza. Teólogo e celebrante de casamentos explica como este versículo pode ser aplicado dentro da rotina da vida diária.
Segundo a Spiritual Care Consensus Conference, espiritualidade e fé são as maneiras como as pessoas buscam e expressam significado às coisas e a forma como manifestam sua conectividade ao momento, a si mesmos, aos outros, à natureza e ao sagrado. Neste sentido, o teólogo e celebrante de casamentos, Marco Aurélio Nogueira, explica que “já temos um razoável corpo de evidências que indivíduos com uma maior vivência religiosa e espiritual têm uma maior capacidade de lidar com o estresse emocional, uma melhor saúde mental de forma geral e, em situações de doença, cooperam mais com o tratamento”.
Marco Aurélio conta que há várias hipóteses para explicar de que maneira a fé influencia na saúde. “Uma delas defende que esses indivíduos possuem uma rede de apoio social mais forte, enquanto outros estudiosos indicam que, com a fé, as pessoas encontram um sentido na vida, o que as ajuda a viver melhor, com mais esperança e com uma atitude mais positiva”, detalha. Não importa qual é a crença, o fato é que “práticas como oração e meditação vêm se tornando, cada vez mais, alvo de estudo de pesquisadores da área da saúde, que investigam, em vários países, os efeitos da fé sobre o organismo humano”, completa.
No entanto, o teólogo alerta que também há um lado negativo em tudo isso, que ocorre quando “pessoas extremamente religiosas aceitem a vida de forma passiva, acreditando que uma força maior possa resolver todos os problemas e ignorando qualquer tratamento médico’. Daí Marco Aurélio aconselha: “Não se pode confundir fé com ignorância”.
Usando uma citação de João Calvino, Marco Aurélio Nogueira lembra que “a fé não consiste na ignorância, senão no conhecimento; e este conhecimento há de se não somente de Deus, senão também de sua divina vontade”. Portanto, ele acrescenta, “a fé pode ser considerada um dos pilares de auxílio e sustentação para uma boa saúde mental, mas jamais poderá descartar o acompanhamento médico”.
E mesmo com tanta tecnologia e conhecimento, o teólogo reforça que “se observarmos os fatos e as pesquisas, perceberemos a importância da fé e porque mesmo em pleno século 21 ela não foi extinta pela tecnologia, pois a fé vai além do que se espera e do que se pode ver”, finaliza.
Fonte: MF Press Global