Na noite desta quinta-feira (17), centenas de funcionários do Twitter se demitiram após a pressão de Elon Musk, comprador da plataforma e novo CEO, para adotar uma nova estrutura organizacional. Com cerca de 2,9 mil funcionários atualmente, após uma leva de demissões que chegou a 7,5 mil empregados, o novo dono da empresa havia feito uma espécie de ultimato.
Na quarta-feira (16), um e-mail enviado por Musk para os funcionários indicava que eles precisariam escolher entre continuar na empresa e trabalhar por “longas horas em alta intensidade”, em uma “cultura hardcore”, ou então seriam demitidos. O prazo para a resposta era até às 19h (horário de Brasília) de hoje.
Musk chamou de “Twitter 2.0” a nova cultura organizacional. Mensagens do Slack da companhia vistas pelo The Verge, que também coletou relatos de funcionários, mostram o descontentamento com as ações do executivo. “Parece que todas as pessoas que tornaram este lugar incrível estão indo embora”, disse um funcionário.
“Será extremamente difícil para o Twitter se recuperar desse ponto, não importa o quão hardcore as pessoas que decidiram ficar tentem ser”, diz um dos relatos. A expectativa dos funcionários, de acordo com a publicação, é de que o Twitter “quebre” em breve.
Segundo um funcionário que continua na empresa, “engenheiros lendários” estão deixando o Twitter. Outras equipes consideradas críticas também se demitiram completamente ou quase completamente, como a de bibliotecas do sistema. “Você não pode tocar o Twitter sem esta equipe”, disse um funcionário que optou por não se identificar.
O Twitter fechou um acordo de aquisição com Elon Musk de US$ 44 bilhões (US$ 54,20 por ação) e se tornou uma empresa de capital fechado.
Musk demitiu funcionários que o criticaram ou tiraram sarro dele e até chegou a convidar alguns que foram demitidos para retornar à empresa.
Escritórios fechados e tensão na rede social
Ainda na quinta-feira (17), Elon Musk teria se reunido com engenheiros seniores da empresa para entender o motivo pelo qual estariam se demitindo. Diversos funcionários se mostraram, em mais de uma oportunidade, descontentes com a gestão do bilionário.
Logo após o prazo que havia sido dado para que os funcionários respondessem ao executivo a intenção de ficar ou não na empresa, os escritórios do Twitter foram fechados. Um e-mail não assinado também aponta que os crachás de acesso foram suspensos até a segunda-feira (21).
Na própria rede social, ex-funcionários têm publicados seus relatos e despedidas com a hashtag “#LovedWhereYouWorked”. Milhares de publicações também impulsionam a hashtag “RIPTwitter”, que tomou o primeiro lugar no ranking. Entre memes e citações a outras redes sociais como o Tumblr, Orkut, Mastodon e outras, usuários demonstram receio com o possível fim da plataforma.
O próprio executivo, por outro lado, disse em resposta a um usuário que a imprensa “constantemente escrevendo sobre o Twitter está nos levando a um recorde de uso, então está tudo bem por mim”.
It’s been a pleasure tweeting with y’all for the past 13 years. #RIPTwitter pic.twitter.com/XsLuMNi59A
— toby is the scranton strangler (@OhHELLNawl) November 18, 2022
Elon Musk não tem esse direito. Ele me tirou tudo #RIPTwitter pic.twitter.com/X8WoaAbUul
— Pequeno Rê 🌚🌈🌝 (@babacuv) November 18, 2022
E se o Twitter já acabou e a gente tá preso aqui igual Lost????? #RIPTwitter
— Bic Müller (@bicmuller) November 18, 2022
O povo todo dia no twitter//o povo com a possibilidade do twitter acabar
Se o Twitter#RIPTwitter pic.twitter.com/C2oOUxMPtV
— 𝙱𝚕𝚞𝚎 𝙼𝚘𝚘𝚗 🌑 // fan account (@killerqueen22_) November 18, 2022
Twitter tá literalmente Assim… #RIPTwitter ☠️ pic.twitter.com/WgQ7dkbLp9
— Andrey (@AndreyCHAVES_) November 18, 2022
Fonte: tecmundo.com.br/ The Verge