Há algum tempo, aqui no Olhar Digital, noticiamos o USB Killer, um dispositivo USB criado com o único objetivo de fritar os computadores em que ele é inserido. O aparelho havia sido desenvolvido por um especialista em segurança como hobby, mas agora se tornou um produto real. Ou seja: qualquer um pode comprar um pendrive que destrói o computador a que ele é conectado.
Não se sabe exatamente qual é a empresa por trás da comercialização deste produto, no entanto. O pesquisador que criou o USB Killer original era russo, e se identificava como Dark Purple. A empresa que está vendendo o aparelho, a USB Kill, é de Hong Kong, que diz ser especializada em segurança e auditoria de hardware.
Engana-se quem acha que a empresa está vendendo o USB Killer para fins maliciosos. Pelo menos na visão da empresa, a proposta é vende-lo para especialistas interessados em testar os seus dispositivos contra aparelhos USB capazes de causar surtos elétricos como o tal “pendrive assassino”.
O aparelhinho, no entanto, está disponível para qualquer um. A empresa compara o dispositivo ao modo como são tratadas as vulnerabilidades de software, que, quando descobertas por especialistas que não sejam cibercriminosos, costumam ser expostas para o público, forçando as empresas a se mexerem para corrigir as falhas antes que seus usuários sofram ataques. A ideia do USB Killer é a mesma, só que com o hardware.
Segundo a empresa, 95% dos computadores estão vulneráveis a este tipo de ataque, o que, curiosamente, exclui as máquinas da Apple, que é “a única empresa a proteger seu hardware voluntariamente”.
Junto com o USB Killer, a empresa também vende o USB Test Shield. O aparelho em questão é um dispositivo que permite testar a vulnerabilidade de um hardware contra o USB Killer sem correr o risco de destruir nada.
O USB Killer está custando 50 euros (cerca de R$ 180), e o USB Test Shield custa 14 euros (R$ 50). Por uma questão de ética, não vamos publicar o link da loja.
Como funciona?
Quando criou o USB Killer original, o russo “Dark Purple explicava que, ao conectar o aparelho na porta USB do computador, um conversor DC/DC invertido carrega os capacitores a -220 volts. Ao chegar nessa medida, o conversor é desligado, ao mesmo tempo que é aberto um transistor que descarrega a tensão na porta USB. Quando a carga fica baixa, o conversor volta a funcionar, até que o estrago esteja completo.
A explicação acima pode parecer muito técnica, mas o resumo da obra é simples. Em termos leigos, o aparelhinho acumula energia do computador e descarrega de volta no computador com o intuito de queimar tudo que for possível. Ao devolver a tensão para a fonte de energia, o USB Killer é capaz de queimar o processador e a placa-mãe do computador.
Fonte: olhardigital.uol.com.br