O que você acharia de ter o emprego de “oficial de proteção planetária”? O cargo, cujo nome parece algo relacionado a super-heróis, foi disponibilizado recentemente pela Nasa, e paga muito bem: a agência espacial estadunidense está oferecendo um salário anual de até US$ 187 mil (R$ 582 mil por ano, ou R$ 48,5 mil por mês).
Segundo a descrição do emprego, a pessoa será responsável por “evitar a contaminação biológica ou orgânica na exploração espacial humana e robótica”. Em outras palavras, ela deverá que as pessoas e equipamentos que forem levados para explorar outros corpos do sistema solar não levem para lá agentes biológicos estranhos que poderiam alterar os ambientes.
Fora disso, ela também precisará garantir que eles não voltem de lá trazendo organismos estranhos à Terra e potencialmente perigosos. Isso equivale, grosseiramente, a dizer que eles serão responsáveis por evitar que a Terra seja contaminada por alienígenas. A pessoa contratada fará isso “com a manutenção das políticas de proteção planetária e supervisão de sua implementação pelas missões de voo espacial da Nasa”, de acordo com o anúncio.
Para ocupar o cargo, a Nasa está em busca de pessoas com “amplo conhecimento em engenheria” e ao menos um ano de experiência em posições de alta responsabilidade no governo. Além disso, o candidato ideal deve ter “conhecimento avançado de proteção planetária”, experiência com programas espaciais e “habilidades de diplomacia que resultam em soluções de ganho mútuo durante discussões multilaterais extremamente difíceis e complexas”. Infelizmente, apenas cidadãos estadunidenses poderão se candidatar.
Trabalho duro
Como o Business Insider aponta, há apenas duas instituições no mundo que empregam oficiais de proteção planetária em tempo real. Além da Nasa, há também a ESA, a agência espacial europeia. O site já teve a oportunidade de conversar com Catharine Conway, que ocupou esse cargo na Nasa anteriormente. De acordo com ela, sua principal responsabilidade era criar os protocolos e procedimentos que os participantes das missões precisavam seguir para evitar contaminação.
“A frase que usamos é ‘quebrar a cadeia de contato'”, explica ela. Por exemplo, Conway precisava decidir como seriam manuseadas as amostras de terra que chegassem de Marte até o nosso planeta. Ou ainda, ela ficava responsável por sistemas de mitigação de risco de contaminação no caso de uma sonda se perder em uma das luas de Jupiter.
Não se trata meramente de um capricho da Nasa. A posição foi criada após os Estados Unidos assinarem o Tratado de Exploração Espacial de 1967. No documento, os estados signatários se comprometem a “evitar a contaminação danosa deles [a lua e outros corpos celestes] e mudanças negativas ao ambiente da Terra resultando da introdução de material extraterrestre”.
Fonte: olhardigital.com.br