Vice-presidente da República disse que uma campanha de comunicação firme teria sido “um trabalho eficiente”
Vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão (PRTB) acredita que o grande erro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) foi não realizar uma campanha de comunicação firme para orientar a população sobre a pandemia de Covid-19.
“Esse foi o grande erro. Isso teria sido um trabalho eficiente”, disse ele, que recentemente lamentou estar sendo mais uma vez isolado das reuniões realizadas pelo presidente.
A declaração ocorreu em entrevista à GloboNews, na noite de terça-feira (22), quando Mourão citou campanhas de vacinação realizadas em outras épocas e disse que a população deveria ter sido orientada sobre a doença.
Durante a entrevista, concedida ao jornalista Roberto D’Ávila, o vice-presidente não desmentiu uma conversa que teria tido com o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em que teria criticado o colega de farda por não ter ido para a reserva ao ocupar um cargo político no governo de Bolsonaro.
Apesar de lembrar que a conversa foi entre os dois e que não é ético revelar o teor, Mourão afirmou que Pazuello deveria ter compreendido sua função política “Ele já tinha atingido o patamar mais elevado no Exército e era hora de passar para a reserva. Ele teria mais liberdade de manobra para trabalhar”, disse.
O Brasil registrou 2.080 mortes por Covid-19 e 86.833 casos da doença, nesta terça-feira. Com isso, o país chega a 504.897 óbitos pela doença e a 18.056.639 pessoas contaminadas pelo Sars-CoV-2.
Reeleição – Ainda à GloboNews, Mourão admitiu que não foi procurado por Bolsonaro para uma conversa sobre reeleição e vê como motivo para a relação distante deles a desconfiança de que esteja se preparando para ocupar o lugar de presidente, o que nega oficialmente.
Para Mourão, é normal ter ideias próprias e defendê-las, mesmo que depois seja voto vencido. Segundo ele, na vida militar os processos decisórios sempre são debatidos até chegar a uma definição que depois será defendida por todos. “Sempre trabalhei dessa forma”, afirmou. “A gente podia melhorar o nosso relacionamento em cima disso aí. Entender que eu não estou a fim do cargo dele”.
E, sobre as eleições de 2022, acrescentou: “Estou aguardando, dando tempo ao tempo”. Caso decida disputar a próxima eleição, o mais provável é que concorra ao Senado pelo Rio Grande do Sul, seu estado natal.
Fonte: https://bahia.ba/