Na semana passada, os Correios anunciaram um reajuste no valor do frente, o que deixou o Mercado Livre, que depende profundamente dos serviços de entrega da estatal, bastante irritado. Agora a empresa de comércio eletrônico decidiu acionar a Justiça para obter uma liminar que impedisse o reajuste de valer.
A liminar chega após campanha do Mercado Livre contra o reajuste que chegou a ganhar tração nas redes sociais com a hashtag #FreteAbusivoNão. A empresa diz que “uma medida unilateral dos Correios pode impactar seriamente a inclusão geográfica, digital e econômica, especialmente para aqueles clientes das regiões mais remotas do país”.
Vale ressaltar, no entanto, que a liminar obtida pelo Mercado Livre pela Justiça Federal restringe o congelamento de preços aos usuários do marketplace da empresa para anunciar e comprar produtos pela plataforma. Desta forma, os Correios estariam proibidos de aplicar não apenas o reajuste nos preços das entregas como também não podem aplicar a taxa extra de R$ 3 cobrada em entregas no Rio de Janeiro por questões de segurança.
A disputa entre as empresas vai além do mero reajuste; as duas sequer chegam a um acordo sobre qual foi o percentual de aumento final. Os Correios anunciaram um reajuste de 8% nas entregas entre capitais, o que é acima da inflação acumulada de 2017, mas não chega a assustar. No entanto, o Mercado Livre bate na tecla que esses 8% referem-se apenas ao transporte de mercadorias entre capitais brasileiras; quando o cálculo envolve duas cidades interioranas e o transporte de mercadorias entre estados, o reajuste pode chegar a 51%, com uma média de 29%.
“Uma postagem de um objeto que pese até 500g, via PAC, e tenha como origem São Paulo-SP e destino Brasília-DF, passará a custar, de R$14 para R$15 (8%). Já um envio de um produto de até 500g que saia de Caxias do Sul-RS e seja enviado, via PAC, para Recife-PE passará a custar de R$ 54 para R$ 82, ou 51% a mais”, afirma o comunicado do Mercado Livre.
Diante da liminar, os Correios dizem acatar a decisão judicial, mas afirmaram ao Olhar Digital por meio de comunicado que já estão trabalhando para obter a suspensão da liminar. A estatal também ressalta que o congelamento dos preços vale apenas para as demandas do Mercado Livre.
Fonte: /olhardigital.com.br