Na entrevista que concedeu nesta segunda-feira, 6, à Rádio Salvador FM, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) desafiou os partidos que pregam unidade para disputar a eleição presidencial de 2022, com a escolha de um nome competitivo para tentar quebrar a polarização entre o presidenciável petista e o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Legendas de direita e centro-direita como o PSDB, DEM, Cidadania, PV e Podemos resistem em se aliar à Lula, que lidera as intenções de votos para as eleições de 2022, e a Bolsonaro, que poderá disputar a reeleição e está atrás do petista.
“Essa história da terceira via é uma piada. No mundo inteiro você tem uma dualidade na disputa eleitoral. Na Alemanha, a disputa é secular entre o SPD, o Partido Social Democrata, e a SDU, que é o partido conservador. Na França é secular a disputa entre socialistas e conservadores. Nos Estados Unidos é secular a disputa entre os democratas e republicanos. No mundo inteiro é assim. No Brasil, agora que não tem ninguém de direita, só da direita civilizada, no segundo turno, estão inventando uma terceira via para tentar evitar os ‘dois extremos’ ”, disse.
Para o líder petista, o eleitor brasileiro não terá que escolher entre duas candidaturas radicalizadas. “O povo tem que escolher entre o fascismo, representado por Bolsonaro, e a democracia, representado por Lula. É é isso que está em jogo”, disse.
Lula afirmou ainda que nada impede as agremiações de lançarem candidaturas no pleito presidencial do ano que vem.
“Os partidos que percam a vergonha e criem coragem para lançar seus candidatos. Eles têm que parar de funcionar como cooperativas de deputados e funcionar como partidos de verdade. Que o DEM lance candidato, que o PSDB lance candidato. Quem não quer polarização, que lance candidato”, desafiou, ao brincar sobre as discussões para escolha de um nome da chamada “terceira via”.
“Deve ter até programa de calouro, com candidato fazendo discurso e com um jurado para escolher. Eu prefiro que o jurado seja o povo brasileiro. Irei me submeter, quando for candidato, a 220 milhões de brasileiros e 160 milhões de eleitores. E serão eles que julgarão se eu devo passar ou não, ou quem é que deve passar. (…) O que está em jogo é uma disputa entre quem ama a democracia e, do outro lado, o fascismo, o nazismo, as pessoas que têm ódio”, disparou.
Fonte: https://atarde.uol.com.br/