O Instituto Butantan vai receber, até o fim deste ano, 15 milhões de doses da vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac Biotech, a serem enviadas de Pequim para São Paulo de maneira fracionada (a vacina contra a covid-19 será administrada em duas doses). Se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar os resultados coletados na Fase 3 dos testes clínicos, a CoronaVac será usada para imunizar a população em janeiro de 2021.
“A vacina estará disponível no Instituto Butantan já em outubro, quando receberemos 5 milhões de doses; em novembro, chegarão mais 5 milhões e, em dezembro, o restante das vacinas”, disse o médico, pesquisador e diretor da instituição, Dimas Covas, à GloboNews nesta quarta-feira (12).
Covas explicou que o laboratório chinês também enviará, em outubro, material para produção local da CoronaVac. “Isso vai possibilitar que o Butantan formule, prepare e envase a vacina no Brasil. Assim, além das 15 milhões de doses que vamos receber até dezembro, poderemos ter mais 15 milhões no primeiro trimestre do ano que vem, chegando a 60 milhões de doses de CoronaVac ao fim do primeiro semestre de 2021″, disse ele.
Maior reação foi a dor da injeção
Enquanto pesquisadores da Universidade de Oxford usaram o adenovírus causador da gripe modificado com a proteína do novo coronavírus para provocar uma resposta imunológica, a Sinovac preferiu a versão enfraquecida do Sars-CoV-2.
No Brasil, a CoronaVac está na Fase 3 dos testes clínicos, depois de ser inoculada em 9 mil voluntários em São Paulo.
Segundo os resultados da Fase 2, finalizada em maio com 600 voluntários, a CoronaVac aumentou a produção de anticorpos contra a covid-19 em mais de 90%. Quanto a reações adversas, a mais relatada foi dor no local da aplicação. Os resultados foram publicados na plataforma de artigos científicos MedRxiv.