Um estudo publicado no jornal Molecular Therapy, que foi conduzido por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, desenvolveu um chiclete que diminui a transmissão do coronavírus causador da Covid-19 pela fala, tosse e respiração.
No experimento, pacientes com Covid-19 mascaram a goma, que continha cópias da proteína ACE2, enzima localizada na superfície celular, que atua como um receptor, sendo capaz, segundo a pesquisa, de reter o coronavírus.
Após análise da saliva dos pacientes, os pesquisadores descobriram que as partículas do coronavírus “grudaram” no chiclete, com diminuição de 95% na carga viral. “A atividade da enzima ACE2 foi completamente inibida pela pré-incubação com o domínio de ligação ao receptor SARS-CoV-2, oferecendo uma explicação para a redução da atuação dessa proteína na saliva dos pacientes com Covid-19”, diz o artigo científico. De acordo com os cientistas, a mastigação não danificou as moléculas da proteína.
Eles acreditam que a goma de mascar contra a Covid-19 (que tem o mesmo gosto de chicletes comuns) possa atuar como coadjuvante nas medidas preventivas da doença, e, especialmente, ser usada em países onde as vacinas ainda não estão disponíveis, já que, comprovadamente, demonstrou reduzir a carga viral na saliva.
Distanciamento de 2 metros não impede transmissão
Conforme o Olhar Digital divulgou nesta quarta-feira (24), um estudo da Universidade Cambridge, no Reino Unido, publicado na revista científica Physics of Fluids, indica que a transmissão pelo ar pode ultrapassar a barreira dos dois metros, o que reforça ainda mais a necessidade do uso de máscaras.
De acordo com a pesquisa, uma pessoa que tossir sem máscaras pode expelir partículas que chegariam a dois metros de distância. “As pequenas gotas podem ficar suspensas no ar por um longo tempo e podem transportar os patógenos por distâncias significativamente longas, enquanto as gotas maiores seguem uma trajetória balística e tendem a se estabelecer rapidamente sob a influência da gravidade”, diz o estudo.
O uso da goma de mascar descoberta na Pensilvânia poderia minimizar esses efeitos, tendo em vista que grande parte do vírus presente na saliva da pessoa contaminada ficaria retido no chiclete.
Fonte: olhardigital.com.br/