Em lugares com baixa temperatura, esse período pode chegar a 28 dias
Gotículas de saliva, espirros, tosse e contato próximo a outras pessoas são as formas mais comuns de contaminação do coronavírus. Mas existe outra forma de ser contaminado pela doença que as pessoas precisam ficar atentas: as superfícies de objetos, como volantes e maçanetas dos carros além da higienização constante de ambientes.
Locais grandes e com fluxo intenso de movimentação, como os condomínios, casas, hospitais e comércios precisam reforçar a higienização das áreas compartilhadas e de uso comum.
Quanto tempo o vírus o novo coronavírus sobrevive nas superfícies?
De acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o novo coronavírus pode sobreviver em superfícies de metal, vidro e plástico por até nove dias, a menos que sejam desinfetados adequadamente. Em lugares com baixa temperatura, esse período pode chegar a 28 dias.
Um estudo do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) aponta que o Sars-Cov-2 sobrevive por mais tempo quando depositado sobre papelão (até 24 horas) e de dois a três dias sobre superfícies de plástico e aço inoxidável.
A boa notícia, é que a pesquisa também aponta que o novo coronavírus pode ser neutralizado em um minuto ao se desinfectar superfícies com álcool (70%), água oxigenada 0,5% ou água sanitária contendo 0,1% de hipoclorito de sódio.
Como deve ser feita a higienização?
A receita é simples: Em cada litro de água, despeje uma colher de água sanitária e limpe os chãos, varandas, janelas e demais superfícies. Também pode-se usar desinfetante com cheiro. Além disso, utilize o álcool 70%, líquido ou em gel. Esses são os produtos necessários para deixar a casa livre do novo coronavírus.
A farmacêutica da empresa DNA Fórmulas do Brasil, Renata Andrade, ressalta que as pesquisas comprovam que o álcool em gel é capaz de matar o Coronavírus na hora, mas não é qualquer um que deve ser usado nessa pandemia. “Para casa podemos utilizar a solução de álcool 70% na forma líquida. Já o álcool em gel, deve ser utilizado nas mãos”, destacou.
De acordo com a especialista, o álcool comum (vendido em supermercados), não é recomendando porque tem uma concentração de 46% da substância. “Nesta porcentagem ele não é eficaz, porque sua concentração de álcool é baixa para fazer a assepsia”, explicou Renata Andrade.
De acordo com as recomendações de cuidados e limpeza: sapatos devem ser deixados na porta de casa. Chaves, celulares e maçanetas devem ser higienizadas com álcool 70% na forma líquida. As roupas precisam ser colocadas imediatamente para lavar e banheiros e cozinhas precisam de atenção especial, porque são ambientes que comumente concentram um maior número de vírus e bactérias.
Higienização das mãos
Além de evitar o novo coronavírus, lavar as mãos ajuda a proteger contra uma em cada três doenças que causam diarreias, e uma em cada cinco infecções respiratórias, como ressalta os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
A prática pode evitar a remoção de certos tipos de germes, como Cryptosporidium, que são protozoários que causam diarreia aquosa, o norovírus, que causam gastroenterite aguda, e a Clostridium difficile, uma bactéria que causa diarreia, de acordo com o CDC.
A gastroenterologista Renata Lugão, explica que independente da existência de uma pandemia devemos lavar sempre bem as mãos, quando chegamos em casa, quando usamos o banheiro e sempre antes de comer e manipular os alimentos. “São cuidados básicos de higiene, que ajudam a prevenir diversas doenças graves”.
Higienização de alimentos
De acordo com Lugão, do ponto de vista gástrico, as principais doenças por causa da falta de higiene são as gastroenterocolites, sejam elas virais ou bacterianas, que podem estar relacionadas a má higienização de frutas e verduras. “Esses alimentos precisam ser higienizados quando chegam em casa, com soluções a base de hipoclorito, porque assim é possível matar tanto os vírus quanto as bactérias”, destacou.
Carros e motos
Apesar da ajuda no transporte de pessoas ou até mesmo de objetos, estes bons ajudantes do dia a dia podem se tornar perigosos em meio à pandemia. O que deveria ser um meio de transporte eficiente, pode se tornar um potencial propagador do novo coronavírus se não for bem higienizado.
De acordo com a infectologista Karla Couto o automóvel também deve ser higienizado, principalmente, os locais de grande contato, como painel, maçanetas, volantes e no caso das motos, o guidão e os equipamentos de proteção individual.
Contudo, é importante estar atento aos produtos utilizados na limpeza para não danificar o veículo segundo Apolo Figueiredo Rizk, que é especialista em automóveis e proprietário de concessionária. “Para limpar o painel, volante, alavanca de câmbio e toda superfície plástica eu indico o álcool isopropílico, porque não danifica o material. Além disso, os estudos indicam que essa solução mata os microrganismos que possam vir a causar a doença”. Já as maçanetas das portas e do porta malas devem ser higienizadas com água e sabão para não trazer prejuízos a pintura.
A infectologista Karla Couto destaca que essa higiene deve ser realizada cada vez que saímos com o carro. Também é importante manter um frasco de álcool em gel dentro do automóvel e lenços de papel umedecidos. A médica também alerta o saco de lixo que fica no interior dos carros. “Utilize sacolas que possam ser descartadas diariamente”.
Outro cuidado com a saúde é evitar a utilização do ar condicionado, pois a proliferação das bactérias e fungos ocorre no filtro deste equipamento, o ideal é abrir as janelas dos veículos. “Se for uma pessoa que utiliza o veículo somente com os membros da mesma família, não tem problema utilizar o ar, mas é importante que esteja com a manutenção e limpeza do ar e filtros em dia”, lembrou.
Motos
Os motociclistas também devem redobrar os cuidados com as motos e com os equipamentos de proteção individual (EPI´s). “Os capacetes, luvas e botas são obrigatórios por lei e ficam mais expostos nesse período”, alertou a médica.
O Diretor da Moto Vena, Gabriel Rizk, comenta que existem EPI´s de fácil higienização, como por exemplo as luvas de proteção com material mais emborrachado, que permite que a higiene seja feita com álcool líquido 70% e até com água e sabão neutro. “O capacete também deve ser higienizado, mas a limpeza da parte externa deve ser feita somente com um pano macio, água e detergente neutro e, sem esfregar esponjas ásperas ou palha de aço que causam arranhões. Por dentro, antes de dormir, borrife álcool 70% liquido, ele mata o vírus e no dia seguinte já poderá ser utilizado. Sobre os sapatos fechados, sugiro que sigam as normas estabelecidas pelas autoridades em saúde, de manter um pano com água sanitária na porta de casa e fazer a higiene nesse momento”, sugeriu.
As partes muito tocadas da moto também podem ser higienizadas várias vezes ao dia, como é o caso do guidão e acelerador, essa higiene pode ser feita com sabão neutro, pois são áreas laváveis e de grande contato.
Fonte: https://www.folhavitoria.com.br/