Cartões SD e Micro SD estão entre os produtos que mais costumam ser pirateados em lojas físicas e online, com versões falsas que trazem marcas famosas estampadas, mas não oferecem os mesmos recursos dos produtos originais. Com algumas dicas simples, é possível evitar a compra desses itens fraudulentos e garantir a melhor experiência de uso na hora de gravar e ler arquivos, sem se preocupar em perder suas fotos e vídeos de uma hora para a outra.
Assim como em praticamente qualquer produto pirata, alguns detalhes visuais podem auxiliar a diferenciar o que é original ou falso. Em geral, o processo de impressão de textos e logomarcas é feito de forma desleixada em dispositivos de procedência duvidosa, e isso pode ser visualizado tanto na embalagem, quanto no dispositivo em si.
Por isso, antes de comprar um novo cartão SD, vale a pena examinar o produto de forma minuciosa. Erros de gramática ou grafia são indicativos claros de que não se trata de um item original, e portanto são opções que devem ser descartadas imediatamente.
Outros erros de impressão podem revelar que determinados cartões SD não tiveram a origem esperada, como imprecisões de cor, letras com fontes diferentes das usadas pela marca em outros produtos, ou falhas de textura — como uma letra “o“ que não tem a parte interna vazada, por exemplo. Por isso, pode ser útil comparar embalagens de diferentes dispositivos de uma mesma companhia, em especial se forem outras unidades de armazenamento similares.
Além disso, as principais marcas de cartões SD costumam utilizar técnicas próprias de segurança, com características que diferenciam os seus produtos de versões falsas. A Samsung, uma das marcas mais afetadas pela pirataria, faz impressões a laser em seus componentes, e por isso quaisquer erros visuais devem significar que os itens não são originais.
Já a SanDisk traz algumas características particulares em seus cartões SD, como etiquetas coladas com as informações técnicas (em vez de serem impressas diretamente na estrutura), e a logomarca da companhia fica sempre inscrita em baixo relevo na parte traseira do componente.
Enquanto isso, a Kingston possui duas técnicas registradas para evitar a pirataria: enquanto a tecnologia Phantom mostra um selo com a letra ”K” visível somente sob determinados ângulos, a tecnologia Colour-shift traz partes que mudam de cor — geralmente de verde para rosa ou vice-versa — caso o produto seja inclinado.
Portanto, produtos dessas companhias em específico que não tragam os recursos de identificação de itens genuínos também deverão ser analisados de forma bastante cuidadosa, e até mesmo evitados em determinados casos.
Como identificar anúncios falsos
O anúncio de diversos produtos também pode dar indicações de que se trata de um item falso. No último ano, o número de páginas que mostram dispositivos piratas disparou, por isso é necessário ter cuidado em alguns tópicos importantes.
Em geral, anúncios que trazem mais informações costumam trazer um maior nível de confiabilidade, mas esse não deve ser um fator determinante para a compra, já que fotos e especificações técnicas podem ser simplesmente inventadas, ou copiadas de fontes oficiais. Mesmo assim, essa área deve ser observada, já que inconsistências em informações técnicas e erros de grafia podem denunciar um produto fraudulento.
Na maioria dos casos, a melhor forma de identificar um cartão SD (ou qualquer produto) falso é checar a caixa de comentários e avaliações de clientes que já compraram o que está sendo anunciado. Produtos piratas costumam receber várias críticas negativas e notas baixas nas suas respectivas plataformas de vendas.
Uma forma mais direta de garantir a compra de cartões SD originais é limitar as aquisições a produtos que são enviados diretamente pelas companhias mais conhecidas do mercado, em vez de optar por lojas menores que somente utilizam as plataformas para divulgar seus componentes em marketplace. Porém, a compra em lojas menos conhecidas não precisa ser necessariamente descartada, desde que os níveis de reputação sejam sempre checados antes da finalização do pedido.
Nos últimos anos, aumentou o número de portais na internet que hospedam anúncios cujos responsáveis não oferecem nota fiscal. Essa prática é ilegal, e muitas vezes os consumidores adquirem cartões SD para só descobrir a falta do documento na hora do recebimento. Por isso, uma medida extra de cautela é perguntar (e exigir) a nota fiscal do produto de forma prévia, e fugir de vendedores que não garantirem esse direito.
Uma dica tradicional para identificar anúncios falsos é a desconfiança em relação aos preços divulgados. Cortes muito expressivos em relação a concorrentes geralmente representam que há algo errado na origem do produto, tanto na sua produção quanto nos meios de obtenção dele por parte do vendedor. No final das contas, o barato pode sair caro.
A compra presencial pode também ser uma opção, pois a visualização do cartão SD em mãos pode auxiliar na hora de escolher o produto correto, já que assim é possível identificar possíveis características visuais que apontem a procedência duvidosa de determinados itens. De qualquer forma, é importante encontrar uma loja de confiança para a aquisição com segurança total, dando preferência àquelas que seguem todos os procedimentos legais na hora de vender os produtos.
Como testar se o cartão SD é original
Cartões SD piratas podem trazer uma série de desvantagens em relação aos produtos originais. É bastante comum que eles tenham velocidades de leitura e escrita muito mais baixas do que os dispositivos que tentam imitar. O próprio Windows já mostra as taxas de transferência de forma intuitiva, basta copiar um arquivo qualquer.
Os dados de referência para comparação de taxas de transferência podem variar entre diferentes marcas e modelos de cartão SD, mas os produtos mais populares costumam variar entre 70 e 100 MB/s — geralmente é possível encontrar as informações necessárias no anúncio e na embalagem do item comprado.
Porém, caso seja necessário fazer testes mais completos ou mesmo verificar velocidades de leitura, pode ser mais efetivo baixar um programa específico para esses fins, como o Speed Test desenvolvido pela Blackmagic, ou o CrystalDiskMark. O processo poderá levar um certo tempo para ser finalizado, mas é possível chegar a resultados precisos com apenas poucos cliques.
Outras informações falsas que cartões SD piratas podem trazer fazem referência à capacidade de armazenamento, inclusive com possíveis valores que sequer são viáveis no mercado atual. Em geral, produtos que alegam ter mais de 1 TB devem ser descartados, e os que possuem valores próximos a esse devem ser vistos com muito cuidado, pois sua disponibilização ainda é mais limitada (e quando realmente existem, eles costumam ser bastante caros).
Neste tópico, existe uma pegadinha que engana muitos usuários desinformados: algumas vezes, o Windows (ou outros sistemas operacionais) não identifica a capacidade real do cartão SD, e mostra o mesmo valor falso que está na embalagem. Entretanto, na hora de transferir uma quantidade de arquivos que extrapola o espaço real do dispositivo, os erros começam a acontecer. Por isso, é importante não se deixar levar simplesmente pelo que aparece em menus simples do sistema, e realizar testes mais concretos caso exista uma desconfiança em relação ao espaço disponível no cartão SD.
Um programa que realiza esse tipo de avaliação (além de também verificar velocidades de transferência) é o H2Testw, que foi desenvolvido especificamente para identificar unidades falsas de armazenamento. Esse processo deve demorar ainda mais que o teste de taxas de leitura e escrita, mas ele também não exige muito conhecimento do usuário, já que o resultado completo sai com apenas alguns cliques e configurações intuitivas.
Portanto, com essas regras simples é possível identificar cartões SD de procedência duvidosa, e caso seja notada alguma irregularidade na velocidade ou armazenamento, é provável que se trate de um produto pirata. Se você realizou os testes e verificou alguma inconsistência, é recomendado entrar em contato com o vendedor para pedir a devolução/troca do produto, ou ainda com os órgãos de defesa do consumidor para ter seus direitos garantidos.
Fonte: Photography Life – canaltech.com.br/