Os saques na poupança superaram os depósitos em R$ 42,606 bilhões no primeiro semestre deste ano. A retirada líquida (descontados depósitos) supera o resultado também negativo registrado no primeiro semestre de 2015, quando ficou em R$ 38,541 bilhões, informou nesta quarta-feira (6/7) o Banco Central (BC). Esse é o pior resultado para o primeiro semestre registrado na série histórica, iniciada em 1995.
Em junho, a retirada líquida ficou em R$ 3,718 bilhões. Os saques da poupança somaram R$ 164,962 bilhões em junho e R$ 984,443 bilhões no primeiro semestre, superando os depósitos, que alcançaram R$ 161,244 bilhões e R$ 941,837 bilhões, respectivamente.
O saldo total nas contas chegou a R$ 638,223 bilhões em junho. Os rendimentos creditados nas cadernetas dos investidores atingiu R$ 4,076 bilhões no mês passado.
A poupança tem registrado retirada expressiva de recursos. Desde janeiro do ano passado, o único mês em que foi registrado resultado positivo (mais depósitos do que saques) foi em dezembro de 2015 (R$ 4,789 bilhões).
Com os juros altos, outras aplicações têm se tornado mais atrativas. Além disso, a poupança perdeu rentabilidade ante a inflação.
A recessão econômica também contribuiu para a fuga de recursos da poupança. Por causa da crise e do desemprego, os brasileiros têm menos sobra de dinheiro para aplicar na caderneta e precisam sacar mais recursos para pagar dívidas.