Martha Cal já está em Bragança Paulista, São Paulo, preparando-se para a Copa do Mundo de Futebol Feminino da categoria
Xará da melhor do mundo e defensora da posição tão bem representada pela maior baiana da modalidade. Ela é Martha Cal, soteropolitana de 15 anos e única baiana convocada – entre 26 nomes – para a Seleção Brasileira sub-17 de Futebol Feminino.
Volante como a conterrânea Miraildes Maciel Mota, mais conhecida como Formiga, a jovem integra atualmente a equipe do Bahia e recebeu com alegria a notícia da convocação, na última sexta-feira (16/8). Agora ela já está em Bragança Paulista, em São Paulo, para dar início ao treino preparatório com foco na Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub-17, que acontece entre os dias 16 de outubro e 3 de novembro, na República Dominicana.
“Estou muito orgulhosa em poder representar a Bahia e o Brasil e, principalmente, por fazer parte de um time feminino, já que a maioria dos times que passei durante o meu percurso eram compostos por meninos. Estar nessa posição, para mim, também é uma forma de reconhecimento e respeito à mulher no futebol. Espero dar muito orgulho e títulos para o nosso país”, declara Martha.
A história da jovem atleta com o esporte começou ainda na infância, mas na ginástica rítmica. Oriunda de uma gestação de trigêmeos da qual é a única menina, insistia em trocar o collant pela bola quando ia assistir aos treinos dos irmãos, até que a mãe, Andrea Cal, “acabou cedendo”, pois não aguentava mais vê-la ficar com os “olhos brilhando” naquelas ocasiões.
Martha evoluiu rápido e, após seis meses, Andrea foi chamada pelo professor, que a orientou a colocar a filha em uma escola específica de futebol, visto que talento não faltava. Assim foi feito, mas Martha continuou, por muito tempo, como a única menina das escolinhas, até começar a estudar na Pan American School of Bahia (Pasb), onde passou a se dedicar mais ao esporte.
“À medida que o futebol foi fazendo parte da vida de Martha, com treinos constantes e diversas competições, o meu apoio aumentou na mesma proporção. A dedicação dela é total e incondicional. Algumas vezes, já falei para ela não ir para o treino porque estava chovendo demais e ela me respondia: ‘não sou feita de açúcar’. Em outro momento, pedi para ela parar um pouco para descansar e ela me dizia: ‘não consigo, mãe. Futebol é minha paixão’”, conta a mãe. “O meu sentimento é de total orgulho da minha filha, porque ela lutou para chegar onde está”, acrescenta.
“Quando veio a convocação para a Seleção Brasileira Sub-17, eu me enchi de alegria e gratidão. Eu vejo de perto a luta da minha filha e é 100% mérito dela. O futebol na vida de Martha existe por amor e porque a faz feliz. Eu sigo desejando que ela tenha sucesso todos dias. Jogando ou não futebol. Acredito que a combinação de amor, garra, determinação, humildade e dedicação sejam infalíveis para o sucesso. E é isso que eu almejo. Que o futebol faça minha filha muito mais feliz, porque ela já está me trazendo muita alegria e orgulho”, completa Andrea.
Treinadora de Martha na escola, Luana Leal enxerga “um futuro incrível” para a pupila. “Ela é uma atleta completa. Além da sua força física, habilidade, capacidade de transição defensiva e visão de jogo, sabe ouvir as orientações e conselhos, que, colocados em prática junto com a sua garra e vontade de aprimoramento, a fazem crescer cada dia mais. Ela vai ajudar a trazer a nossa primeira copa do mundo. Podem escrever”, diz a professora.
Fonte: aratuon.com.br