Campanha do MPBA alerta sobre riscos da prática e como verificar procedência segura da carne
De acordo com relatório de 2024, encaminhado pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) ao Ministério Público da Bahia, moradores de 114 municípios baianos compram carnes que podem não ser própria para consumo, com origens de abates clandestinos.
Segundo o relatório, as inspeções identificaram abate clandestino em quase um terço das cidades do estado, trazendo riscos a saúde da população, já que a carne de abate clandestino não passa pelos controles de segurança sanitária dos órgãos reguladores.
Como forma de conscientização, o MPBA lançou, na última quarta-feira (11/9), a campanha publicitária com o mote “Quando o abate é clandestino, a procedência não é só duvidosa: é crime”.
“O abate clandestino dificulta o controle sanitário e o rastreamento da carne, na medida em que impede a realização de exames adequados nas carcaças e realiza o abate sem a devida observância de normas e procedimentos sanitários durante a manipulação do animal. Estudos realizados por órgãos da saúde pública comprovaram que existem, atualmente, mais de 30 doenças transmissíveis via carne contaminada. Entre as principais zoonoses, encontram-se a tuberculose, cisticercose, brucelose, botulismo, aftosa e raiva”, destaca a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor (Ceacon), promotora de Justiça Thelma Leal.
Segundo ela, os órgãos fiscalizadores estimam que, na Bahia, entre 40% e 50% do abate seja realizado de forma clandestina, portanto em locais inadequados e em condições insalubres. A promotora avalia que houve pequenos avanços nos últimos anos, já que “diversos frigoríficos privados foram construídos e os matadouros públicos em sua maioria foram desativados”.
*Com informações do Ministério Público da Bahia
Fonte: aratuon.com.br