Esta quinta-feira (5) foi marcada por uma decisão que pode alterar a televisão como você a conhece. Tudo porque o conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) declarou que a reprodução dos canais locais da TV aberta deverá ser negociada com as empresas de TV por assinatura. Isso significa que a transmissão do sinal aberto poderá passar a fazer parte da programação a cabo dependendo de como ocorrerem as negociações.
De acordo com a decisão da Anatel, feita em uma reunião com o conselho diretor do órgão, as emissoras locais da TV aberta podem exigir transmissão gratuita e, caso haja conflito, a agência reguladora pode intervir e decidir pelas empresas envolvidas.
A decisão sobre a exibição da TV aberta na TV por assinatura faz parte das mudanças aprovadas no Regulamento do Serviço de Acesso Condicionado (Seac). A Anatel também decidiu que não é mais obrigatório que o consumidor adquira uma caixa híbrida, a qual permitiria acesso à televisão aberta analógica para os assinantes de TV a cabo. Um dos motivos para esta resolução é a implantação do sinal digital na TV aberta em todo o país.
Desligamento analógico gradativo
O desligamento do sinal analógico no Brasil passa por um cronograma estratégico, o qual já está sendo considerado um marco histórico, segundo o IBGE. E, enquanto os municípios vão, gradativamente, parando de receber transmissão analógica, as TVs por assinatura estão transmitindo o sinal digital das TVs abertas.
O telespectador que possui um aparelho televisivo com sinal analógico tem, portanto, duas opções para continuar assistindo a seus canais abertos favoritos: adquirir um conversor ou assinar a TV a cabo. Se optar pelo conversor, basta plugar o aparelho à antena UHF e depois configurar a televisão – os modelos mais recentes de TV já vêm com sinal digital embutido. Caso o usuário prefira a TV por assinatura, basta procurar na programação da prestadora de serviços escolhida.
Há cerca de um ano, com o desligamento do sinal na Grande São Paulo, algumas emissoras perderam muita audiência, mesmo restabelecendo seus canais na TV por assinatura, passando, então, a fazer parte da grade gratuita de algumas das prestadoras de serviço – isso enquanto um acordo permanente não havia sido concluído. A decisão da Anatel, porém, deve mudar o cenário a partir de então.
Esta decisão não é exatamente uma novidade, já que o órgão vinha estudando a melhor maneira de coordenar o sinal da TV aberta para todas as classes do país.
Uma nova geração de televisão
A batalha pela audiência passa a deixar de lado a competição interna entre as emissoras para focar na luta travada por diferentes formas de captar a atenção do público mais jovem. No ano passado, de acordo com uma pesquisa da Kantar Ibope Media, responsável por medir a audiência da TV no Brasil, a programação dos canais nacionais ganhou mais espaço nos lares dos telespectadores. Os dados, porém, são atribuídos sumariamente a um público mais velho, já que os jovens preferem plataformas de streaming e outros serviços online.
Paradoxalmente, a internet e a televisão não são rivais, já que muitos programas da TV aberta são atrações altamente comentadas nas redes sociais, proporcionando ainda mais popularidade aos shows enquanto são exibidos. Nos últimos tempos, as emissoras também vêm lançando seus próprios serviços por assinatura, oferecendo conteúdo online exclusivo para quem prefere assistir TV por meio do computador, tablet ou smartphone.
Fonte: Anatel, Notícias da TV , canaltech.com.br