Estrela do primeiro time da Globo durante quase três décadas, a atriz Malu Mader acaba de ser dispensada pela emissora. Seu contrato venceu em março e não foi renovado. É a primeira vez que Malu, 51 anos, se vê desempregada desde que estreou na Globo, em 1983, quando tinha apenas 16. Ela não trabalhou para nenhuma outra TV nesses 35 anos.
Malu é mais uma “vítima” da nova política de elenco da Globo, que agora privilegia medalhões e atores altamente produtivos, que emendam um trabalho no outro. A emissora vem cortando custos para compensar a queda nas receitas com publicidade e já dispensou nomes como Maitê Proença e Pedro Cardoso.
Até dez anos atrás, a mulher do músico e escritor Tony Bellotto, guitarrista da banda Titãs, se dava ao luxo de escolher os papéis que interpretaria. Depois de estourar em sua primeira protagonista, na minissérie Anos Dourados (1986), Malu emplacou praticamente um trabalho por ano até 1993.
Nas últimas duas décadas e meia, no entanto, ela se tornou uma atriz sabática, com uma média de uma novela, série ou minissérie a cada três anos, fora participações especiais. Seu último trabalho no horário mais nobre foi a protagonista de Celebridade, atualmente em cartaz na sessão Vale a Pena Ver de Novo, com problemas no Ibope.
Malu Mader mudou sua postura nos últimos anos. Passou a aceitar papéis de coadjuvante, como a Rosemere de Sangue Bom (2013) e a Rebeca de Haja Coração (2015). Ela até arriscou uma carreira atrás das câmeras, trabalhando como assistente de direção em O Rebu (2014).
Malu Mader, aos 21 anos, na novela O Outro: ela fazia par com o veterano Francisco Cuoco
Estrela relâmpago
Malu teve uma ascensão relâmpago na carreira de atriz: aos 15 anos, se inscreveu no curso de teatro do Tablado, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, estreou na Globo em Eu Prometo (1983). Depois, foi escalada para fazer um papel coadjuvante em Corpo a Corpo (1984), mas caiu nas graças de Gilberto Braga.
O autor apostou na atriz para protagonizar a minissérie Anos Dourados (1986), sobre o cotidiano dos jovens de classe média na década de 1950. Com uma personagem doce, mas determinada, Malu virou um rosto querido pelo público e começou a emendar protagonistas: fez O Outro (1987), Fera Radical (1988) e Top Model (1989).
Na década de 1990, a parceria com Gilberto Braga deu novos frutos: Malu fez O Dono do Mundo (1991), as minisséries Anos Rebeldes (1992) e Labirinto (1998), e a novela Força de um Desejo (1999). Em 1997, estrelou A Justiceira, rara incursão da Globo nas séries de ação _que foi encurtada por causa da gravidez da atriz.
Nos anos 2000, veio a última dobradinha com Braga, como a Maria Clara Diniz de Celebridade (2003), e participações em séries como Os Normais (2001), A Grande Família (2004), Guerra e Paz (2008) e até no Sítio do Picapau Amarelo (2001). Também teve uma incursão pelo universo fantástico de Elizabeth Jhin como uma bruxa na novela Eterna Magia (2007).
Acostumada a viver ricaças cheias de glamour, Malu se despiu da vaidade para viver uma dona de casa comum em Sangue Bom (2013). Também abriu mão dos dramas pesados para se jogar na comédia em Haja Coração (2016).
A atriz encerrou sua passagem pela Globo com uma participação em Malhação: Vidas Brasileiras, em março, interpretando a mãe de um adolescente que foge de casa ao presenciar uma briga dos pais. Antes, fez uma rápida aparição em Tempo de Amar, recuperando a personagem que viveu em Força de um Desejo (1999).
Fonte: http://noticiasdatv.uol.com.br