Alessandra Ferraz da Silva Ferreira aprimorou estudo de 30 anos e assim, pode facilitar o envio de novos satélites de pesquisa
A brasileira Alessandra Ferraz da Silva Ferreira, da Unesp de Guaratinguetá (SP) aperfeiçoou um modelo estudado há mais de 30 anos para baratear viagens espaciais e economizar combustível. Aprimorado pela pesquisadora, ele visa facilitar o deslocamento de veículos espaciais para proporcionar um maior envio de satélites de pesquisa para outros planetas, economizando energia e não deixando o impulso dependente apenas da propulsão.
Ele fez uso do tether – um cabo e dois objetos fixos em cada extremidade – para realizar a Manobra do Estilingue Amarrado. Em outras palavras, consiste em um cabo amarrado entre o corpo celeste e veículo, podendo impulsioná-lo e diminuir a energia necessária para a espaçonave seguir o trajeto. Sua proposta recebeu o prêmio Mario Grossi, em homenagem à jovens cientistas com projetos inovadores, em junho deste ano no Tetherin Space 2019.
Formada em matemática, mestre e doutora em Engenharia Espacial pelo Inpe, a pesquisadora afirma que “a ideia foi mostrar os benefícios que uma manobra assim pode proporcionar para modificar a órbita da espaçonave”.
A manobra em seu estudo prevê que um cabo fino e rígido de 100 km de comprimento seja conectado ao asteroide em uma ponta e, na outra extremidade, à espaçonave. Desta maneira, ao se aproximar do asteroide, o veículo se encaixa no cabo e gira em torno do corpo celeste para conseguir o impulso e assim, seguir sua trajetória mais economicamente.
A diferença no estudo de Ferreira foi de apresentar como economizar combustível em órbitas elípticas, mais próximas daquelas encontradas em nossa galáxia. Outro diferencial do trabalho é que prevê o movimento em 3D, permitindo que a espaçonave possa ser lançada para várias direções.
A origem desta manobra data em 1992, na missão TSS (Sistema de Satélites Amarrado) da Nasa. Apesar de provar que o conceito funcionava, o experimento fracassou devido à problemas técnicos. A manobra tentou ser refeita quatro anos depois pelo ônibus espacial Columbia, que implantou um cabo de 20 km, mas que se rompeu devido a uma descarga elétrica.
O estudo de Ferreira abre mais perspectivas sobre este estudo e um leque para a implementação de novas pesquisas.
Fonte: olhardigital.com.br