Bill Gates, cofundador da Microsoft, anda com a língua afiada. Ele, que é conhecido por previsões certeiras, deu algumas declarações polêmicas nos últimos dias.
Em uma entrevista ao site MIT Technology Review, sobre seu novo livro “Como Evitar um Desastre Climático”, ele disse que o mundo deve parar de comer carne animal, se quisermos barrar o aquecimento global e impedir uma iminente catástrofe.
Nosso futuro alimentar, segundo o bilionário, deve se basear em plantas e em carnes sintéticas, feitas em laboratório.
Gates, que se tornou um filantropo e ativista de causas humanitárias e ambientais, propõe que as nações desenvolvidas se tornem 100% vegetarianas o mais rápido possível. Os países mais pobres, por enquanto, não teriam como fazer o mesmo, devido ao custo ainda elevado desses alimentos.
Ele acredita que a indústria de proteínas vegetais está evoluindo, e as diferenças de textura, sabor e aspecto – criticadas por muitas pessoas que as comparam com o produto animal -, estão cada vez menores. E os preços também devem baixar com o aumento da demanda nos próximos anos.
Nossos hábitos alimentares têm consequências: a criação de gado é, ao lado da queima de combustíveis fósseis, a maior responsável pela emissão de gases do efeito estufa, principalmente o metano, na atmosfera.
O livro, que aborda caminhos para conter as mudanças climáticas e garantir a sobrevivência humana, tem lançamento no Brasil marcado para março
Já no podcast Sway, do jornal The New York Times, além de promover o livro, Gates aproveitou para alfinetar um outro bilionário da tecnologia: Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, que sonha em colonizar Marte.
“Não sou uma ‘pessoa de Marte’. Prefiro salvar a Terra do que fugir dela”, disse. Segundo ele, há trabalhos muito mais importantes a serem feitos aqui na Terra, como redução das emissões de carbono nas indústrias e desenvolvimento e distribuição de vacinas para o coronavírus.
“Prefiro gastar meu dinheiro nessas coisas, que ajudam as pessoas na Terra. Não acho que foguetes sejam a solução.”
Morde e assopra, ele também elogiou Musk no podcast, falando sobre os carros elétricos da Tesla. “Uma das maiores contribuições para a mudança climática que alguém já fez”.
Mas frisou que desenvolver veículos com energia verde é relativamente fácil, comparado com o trabalho necessário para “limpar” indústrias, transporte marítimo, pecuária e outros setores.
Fonte: https://www.uol.com.br/