Pesquisa pode ter descoberto novo exame para essa doença neurológica
De acordo com uma nova pesquisa, oftalmologistas poderão ajudar no diagnóstico do Mal de Azheimer. Realizado por um grupo internacional de cientistas, liderado pelo Centro Médico da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, o estudo analisou as alterações microvasculares e neurodegenerativas da retina de pacientes com Alzheimer e comparou com pessoas saudáveis. Após a análise, foram encontradas algumas diferenças significativas. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Telegraph.
Os pesquisadores recorreram a uma tecnologia não evasiva chamada angiotomografia de coerência óptica, que permite comparar as alterações dos olhos usando ondas de luz que revelam o fluxo de sangue em cada camada da retina – se diferencia da tradicional injeção de contraste.
De acordo com o jornal britânico, foram analisadas mais de 200 pessoas: 39 pacientes com Alzheimer; 37 pessoas com alteração cognitiva suave; e 133 indivíduos saudáveis.
O estudo, publicado no final do ano passado no periódico científico oficial da Associação Americana de Oftalmologia, aponta que o grupo de pacientes com Alzheimer apresentou perdas de pequenos vasos sanguíneos na retina e uma das camadas era mais fina em comparação com pessoas com deficiência cognitiva leve e com as saudáveis.
Ao Telegraph, Sharon Fekrat, principal autora do estudo, explica que “em pessoas com cérebros saudáveis, os vasos sanguíneos microscópicos formam uma rede densa na parte de trás do olho, dentro da retina, o que foi encontrado em 133 participantes do estudo”.
Contudo, nos olhos dos pacientes com Alzheimer, essa rede era menos densa e até escassa em alguns locais, “isto depois de levar em conta fatores como idade, sexo e nível de educação”.
Ainda ao jornal britânico, Fekrat afirma ser possível “que as alterações na densidade dos vasos sanguíneos se assemelhem ao que ocorre nos minúsculos vasos sanguíneos no cérebro”. “Se conseguirmos detectar essas modificações nos vasos sanguíneos da retina antes de surgirem alterações na cognição, seria altamente revolucionário”, completa a cientista.
A pesqusiadora lembra que ainda não se sabe a causa dessa variação na retina.
Fonte: revistaencontro.com.br