Serão investidos R$ 4,5 milhões. Negócio terá capacidade de fabricar 20 toneladas por dia
O município de Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Estado, já é conhecido por ser o maior produtor de ovos do país. Mas, além do produto in natura, há quem esteja investindo em outros mercados a partir dessa matéria-prima e apostando na venda de ovo líquido.
A família Stinguel, que já tem a tradição na criação de aves para postura está construindo uma agroindústria de processamento de ovos, que deve entrar em funcionamento até o final do mês. Nela serão produzidas três versões líquidas: ovos completos ou somente claras ou gemas em embalagens a partir de 1kg.
Por dia, apenas a granja da família produz cerca de 100 mil dúzias de ovos, porém parte delas é perdida. Com a fábrica em funcionamento, será possível que quase toda a produção de ovos seja aproveitada.
“Hoje vendemos apenas ovos in natura, que precisam estar perfeitos para serem enviados ao comércio. Já aqueles que têm pequenas imperfeições na casca ou que estão mais frágeis não vão para o mercado, mesmo estando em perfeitas condições de uso. Esses serão parte dos ovos utilizados na agroindústria”, comenta Halecson Stinguel, um dos sócios do novo negócio.
Ainda segundo ele, conforme a demanda for crescendo, a fábrica precisará comprar ovos de outras granjas. “Como Santa Maria de Jetibá é a maior produtora de ovos do país poderemos adquirir dos nossos vizinhos”, conta Halecson. Por anos, segundo o IBGE, o município produz cerca de 340 milhões de dúzias de ovos.
“Inicialmente produziremos até oito toneladas de ovos líquidos por dia. Começaremos com 12 funcionários, porém, a tendência é de que ampliemos para 28 empregados trabalhando em dois turnos. Dessa forma, conseguiremos produzir até 20 toneladas por dia”, explica.
PROCESSO
Para montar a fábrica, Halecson e um tio investiram quase R$ 4,5 milhões. “Precisamos importar parte dos equipamentos que seriam usados. Temos uma primeira máquina que vai lavar os ovos. Depois eles vão para outra onde serão quebrados, separando a casca de um lado e a clara e a gema ovo de outro. Então passarão por um pasteurizador para que fiquem 100% sem contaminação antes de serem embalados”, explica Halecson.
O que for produzido será destinado ao mercado capixaba e também para Estados como Minas Gerais, São Paulo e Bahia. “A intenção é alimentar pequenas indústrias, padarias, supermercados e fábricas de bolos e biscoitos. Quero atender de início esse mercado que precisa usar ovos líquidos – devido à legislação que proíbe o uso do produto in natura–, mas tem dificuldade de encontrar”, conta.
O presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), José Maria de Abreu Júnior, explica que para isso, a agroindústria fará parte do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), que dá permissão para comercialização desse tipo de alimento.
“O processo de licenciamento da fábrica durou quase um ano devido a uma série de exigências que o Ministério da Agricultura coloca e que são necessários cumprir. Precisamos ter cuidado com a contaminação do produto durante o processo de produção. A água utilizada também tem que ser analisada para evitar riscos à saúde”, exemplifica.
Fonte: gazetaonline.com.br