O presidente da Câmara dos Deputados afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acaba de anunciar sua renúncia ao cargo. A informação de que sua carta de renúncia estava pronta já circulava na Casa desde a manhã desta quinta-feira (7). Ele leu a carta durante seu pronunciamento e diz que resolveu ceder aos apelos dos apoiadores e que somente sua renúncia iria acalmar o clima de instabilidade na Casa.
Cunha citou os projetos votados ainda sob sua gestão, como a votação do aumento da maioridade penal, e deu destaque à votação do impeachment, da qual diz se orgulhar. Cunha voltou a dizer que sofre perseguições e que paga o preço por ter conduzido o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a decisão de deixar a presidência foi tomada em reunião na noite de quarta (6), após a divulgação do voto de Ronaldo Fonseca (Pros-DF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
O parlamentar acatou apenas um dos 16 questionamentos de Cunha à tramitação de seu processo no Conselho de Ética, que recomendou a cassação de seu mandato. A expectativa do peemedebista é de que renunciando à Presidência da Câmara, ele pode tentar reverter votos na CCJ, fazer o caso voltar ao Conselho de Ética, em uma tentativa de salvar seu mandato. “Comprovarei minha inocência”, disse, para completar.
Com voz embargada, chorando, agradeceu a Deus por ter presidido à Câmara, e a sua família, pelo apoio durante o período em que sua mulher e filhos foram atacadas “de forma cruel e desumana”.