A manifestação que resultou na paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo chegou ao fim após representantes do movimento aceitarem proposta do Governo do Estado
As vias de acesso dos batalhões capixabas foram fechadas pelas famílias e amigos dos militares Foto: Divulgação
A manifestação dos familiares da Polícia Militar chegou ao fim na noite desta sexta-feira (10) após negociações com o Governo do Estado. Mais informações sobre o acordo em instantes.
O movimento até hoje
Na última quinta-feira (10) uma reunião entre representantes do governo e as mulheres que representam o movimento de paralisação dos policiais militares foi realizada, porém, após mais de 10 horas de duração, terminou sem um acordo entre as partes.
Os representantes das manifestantes e das associações que representam os policiais militares foram recebidos pelo comitê permanente de negociação do governo, formado pelos secretários da Fazenda, Paulo Roberto Ferreira; de Controle e Transparência, Eugênio Ricas; de Direitos Humanos, Júlio César Pompeu; e da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Júnior.
Essa foi a segunda rodada de negociações, depois que o Governo do Estado instituiu o comitê de negociação. A primeira foi na noite de quarta-feira (08) e durou cerca de três horas.
Crise na segurança
A crise na segurança pública durou seis dias e o assunto foi destaque internacional. As vias de acesso dos batalhões capixabas foram fechadas pelas famílias e amigos dos militares, o que levou à paralisação total dos policiais. O resultado foi muita insegurança, arrombamento, saques, assaltos e centenas de mortes em todo Espírito Santo.
As manifestações começaram na sexta-feira (3), quando parentes de policiais militares se reuniram em frente ao 6º Batalhão, na Serra, e bloquearam a saída de viaturas. Dentre as reivindicações, estavam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos policiais.
O governador licenciado ficou no hospital até a última terça-feira (7), quando retornou ao estado e continuou de licença – Foto: Divulgação/Governo
Governo em exercício
Durante as manifestações, quem assumiu o comando do Governo do Estado foi o vice-governador César Colnago (PSDB). Paulo Hartung se ausentou no primeiro dia de paralisação da PM para tratar de um tumor na bexiga.
O governador ficou no hospital Sírio Libânes até a última terça-feira (7), quando retornou ao estado e continuou de licença.
Mais de 100 mortes no Espírito Santo
Já são mais de 100 assassinatos contabilizados em todo o Espírito Santo em seis dias de paralisação dos policiais militares, de acordo com o Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol/ES).
Segundo o presidente do sindicato, Jorge Emílio Leal, os números exatos pararam de ser atualizados.
Crise na Polícia Civil
Na quarta-feira (8), policiais civis fizeram um protesto manifestando pesar à morte do investigador, Mário Marcelo Albuquerque, que foi vítima de um disparo no abdômen ao tentar evitar um assalto no município de Colatina.
Assim como a Polícia Militar, a categoria reivindica por melhores condições de trabalho, reajuste salarial, dentre outras.
Mais de 1000 homens foram enviados ao ES – Foto: Agência Brasil
Forças Armadas e Força Nacional
Uma ordem verbal feita pelo presidente Michel Temer ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, pediu o envio de cerca de 800 a 850 militares do Exército Brasileiro, do Rio de Janeiro, para se juntar aos 200 militares que atuarão no Espírito Santo para retomada da segurança no Estado.
De acordo com o Ministério da Defesa, mil homens das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e 200 da Força Nacional foram empregados na Garantia da Lei e da Ordem, na última segunda-feira (06), no Espírito Santo, principalmente, na Grande Vitória.
Sem ônibus
Foram poucos os dias em que os coletivos conseguiram circular na Grande Vitória. Na manhã de quinta-feira, o presidente do Sindicato de Guarapari, Wallace Belmiro Fornaciari, de 49 anos, foi morto a tiros a caminho do serviço, no bairro Alvorada, em Vila Velha.
Por conta do assassinato, o presidente do Sindicato dos Rodoviários da Grande Vitória, Edson Bastos, decidiu retirar os ônibus das ruas e retornar para as garagens. De acordo com ele, não havia a segurança suficiente como prometido pelo Governo e os rodoviários estavam sendo ameaçados por suspeitos armados nas ruas.
Fonte: folhavitoria.com.br