O ator, que está no ar em Amor Perfeito, se despede da emissora e inicia contrato por obra
Contratado desde 1984, Paulo Betti se junta a Marieta Severo, Osmar Prado, Marjorie Estiano, Isis Valverde, Antonio Fagundes e Stênio Garcia e deixa o elenco fixo da Globo . Agora, o ator trabalhará apenas por obra na emissora, que segue com seu planejamento financeiro de reduzir ao máximo os custos com folhas de pagamento.
“A minha saída foi absolutamente tranquila. A Globo não tem mais a audiência que ela tinha e são decisões econômicas que uma emissora de televisão deve fazer dentro da conjuntura atual. Acho até que é salutar”, disse ao jornal O Globo.
Betti está no ar como o personagem Anselmo, da novela Amor Perfeito. O seu vínculo fixo com a emissora terminará em 15 dias. A partir daí, o veterano — que viveu o jornalista Téo Pereira, na novela Império — estará livre para aceitar trabalhos em plataformas de streaming e “convites para filmes incríveis e de histórias maravilhosas que me chamem para fazer”, disse.
“É gostoso trabalhar na Globo, é uma grande empresa, mas é outro momento. A minha mãe dizia uma coisa muito interessante: ‘Quando a água bate na bunda, você é obrigado a nadar'”, divertiu-se ele, que protagonizou o malandro Wanderlei, em Mulheres de Areia (1993).
“As histórias são assim: têm começo e fim. E volta também. Daqui dois meses, posso receber convite para fazer uma novela na emissora e vou considerar com o maior carinho”, completou
Betti diz, aliás, que tem se divertido muito ao rever Mulheres de Areia, que está sendo reprisada nas tardes do canal. “A minha filha Juliana estava vendo a trama outro dia e me disse: ‘Pô, pai, tu era gato, hein'”, relata.
“Aí me bate a seguinte reflexão. Até os 50 anos mais ou menos eu era bonito e não sabia, só estava lá empenhado em fazer política, correr atrás de não sei o quê. Quando fiquei sabendo que era bonito já não sou mais”, brincou.
Após o fim das gravações de Amor Perfeito, Betti quer viabilizar um novo projeto de teatro para rodar o país de ônibus, se apresentando nas cidades e conversando sobre teatro com a população local. Depois de nove anos fazendo o monólogo Autobiografia Autorizada, o ator avalia montar uma peça que envolva um elenco maior, com mais de 20 atores.
Outra preocupação dele é com o projeto de lei dos direitos autorais e da remuneração jornalística. O projeto de lei 2.370 quer obrigar emissoras e plataformas de streaming a novos pagamentos de direitos autorais para cantores, atores e obras de audiovisual —principal ponto do impasse.
Artistas e empresas de radiofusão não chegaram a um acordo e a votação da proposta foi adiada na Câmara. “Essa é a minha grande batalha do momento, a luta pelo reconhecimento do direito que nós, artistas, temos sobre a nossa imagem, do ponto de vista artístico e autoral”, diz.
Fonte: gente.ig.com.br/