A Globo enfrenta alguns impasses para voltar a produzir o humorístico Os Trapalhões em 2017, em parceria com o canal Viva. O principal deles envolve a negociação dos direitos de imagem do quarteto original. A área artística da emissora ainda não tem clareza se poderá usar os nomes de Mussum e Zacarias, já mortos.
Diante dessa situação, há quatro possibilidades: 1) um remake com novos atores interpretando Didi, Dedé, Mussum e Zacarias; 2) uma nova trupe, com outros personagens, mas com o mesmo “espírito” do programa clássico e a participação de Renato Aragão; 3) uma versão com Renato Aragão e Manfried Sant’Anna, o Dedé, e outros dois novos atores interpretando Mussum e Zacarias; 4) e um programa com Didi, Dedé e dois novos personagens, sem Mussum e Zacarias.
O mais provável, e desejável, é que será um remake com novos atores dando vida a Mussum e Zacarias e com Dedé Santana e Renato Aragão revivendo, respectivamente, Dedé e Didi. Alguns nomes já são cogitados para o elenco. Aílton Graça ou Mussunzinho interpretariam Mussum e Rafael Cortez faria Zacarias. Em entrevista ao UOL, no último dia 2, a mulher de Aragão, Lilian Aragão, informou que o marido já escreve esquetes para o programa.
Apontada nos bastidores da Globo como um dos obstáculos para o remake, a família de Mussum apresenta um discurso oposto. Sandro Gomes, filho do humorista e porta-voz da família, diz que a Globo ainda não negociou a liberação da imagem, mas isso não será um problema. “Não só pra mim, mas pra minha mãe e meus irmãos, vai ser um prazer enorme ver esse remake”, diz. Ele brinca com a hipótese de Mussunzinho entrar para o elenco. “Acho legal, é o filho representando o pai, mas vai ter que trabalhar bem, se não vai tomar puxão de orelha em casa”.
O remake de Os Trapalhões ganhou força na Globo depois do sucesso da Escolinha do Professor Raimundo, que estreia segunda temporada no Viva nesta segunda (11) e entra no ar na Globo em 16 de outubro. Na mesma linha, a emissora irá realizar no ano que vem, também em parceria com o Viva, uma nova leva do Cassino do Chacrinha, com Stepan Nercessian no papel de Abelardo Barbosa (1917-1988). A ideia é que cada programa tenha de quatro a 12 episódios.
Os Trapalhões foram um dos principais humorísticos da TV brasileira. A atração nasceu em 1966, na Excelsior, com o nome de Adoráveis Trapalhões. Os integrantes eram o cantor Wanderley Cardoso, o lutador de telecatch Ted Boy Marino, o cantor e ator Ivon Cury e o quase desconhecido cearense Renato Aragão.
A formação clássica ocorreu nos anos 1970. Na Record, sob o nome de Os Insociáveis, entraram Dedé Santana e Antônio Carlos Gomes, o Mussum. Zacarias, ou Mauro Faccio Gonçalves, chegou depois, quando o grupo já estava na Tupi, finalmente com o nome de Os Trapalhões. Em 1977, a trupe se mudou para a Globo. Exibida antes do Fantástico, a sequência de esquetes e sátiras musicais fez fez enorme sucesso até 1995. Nesses 18 anos de Globo, passou por várias reformulações, superou uma separação de seis meses, em 1983, e as mortes de Zacarias (em 1990) e Mussum (em 1994).
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