O índice é praticamente o dobro do período pré-pandemia no Brasil, quando girava em torno de 20%, de acordo com a literatura médica
O índice é praticamente o dobro do período pré-pandemia no Brasil, quando girava em torno de 20%, de acordo com a literatura médica.
A pesquisa também mostrou que 14% das puérperas tiveram ideações suicidas no período.
O levantamento foi feito por meio de questionários entregues a mulheres que foram atendidas no Hospital das Clínicas da FMUSP e no Hospital Universitário da USP durante a pandemia da Covid-19, que começou em março de 2020.
Entre os principais fatores para a depressão pós-parto relatados por elas estavam a preocupação pela possível falta de leitos hospitalares, a ausência do parceiro e ansiedade.
Já a ideação suicida também esteve associada, além da ansiedade, com as formas de receber informação sobre a Covid-19, como, por exemplo, por meio de amigos.
“Esse é um estudo de extrema importância, que revela outras consequências seríssimas da pandemia, além dos casos de Covid-19 em si. Atravessar a gravidez, parto e pós-parto em um período tão difícil para toda a sociedade acabou, claramente, afetando as gestantes e puérperas”, diz o pesquisador Marco Aurélio Galleta, professor do departamento de obstetrícia e ginecologia da FMUSP.
“É preciso entendermos todos os fatores envolvidos para darmos a melhor assistência possível a elas nesse momento”, observa Galleta.
De acordo com a pesquisa, também se associaram à depressão pós-parto fatores como brigas em casa, tempo de isolamento, preocupação com o parto e com as notícias sobre o coronavírus.
O número de horas diárias de informações sobre a pandemia também teve impacto sobre a saúde mental das gestantes e puérperas. Pacientes que tiveram ideações suicidas procuraram, em média, 4,5 horas de informação diária sobre a pandemia, contra duas horas em média daquelas que não apresentaram esse quadro.
Atualmente, o IPq (Instituto de Psiquiatria) do HCFMUSP busca mulheres com depressão pós-parto para testar uma nova forma de tratamento por meio de aplicativos de celular.
Para participar, as mulheres devem ter de 18 a 40 anos, ter tido filho há no máximo 12 meses e sofrer de sintomas de depressão. Também é preciso ter celular para uso pessoal e conexão com a internet.
As mães devem ter disponibilidade para quatro encontros online durante dois meses. Elas serão acompanhadas por pesquisadores da área de saúde mental e desenvolvimento infantil da Faculdade de Medicina da USP.
Serão testados dois aplicativos de celular que ajudam a melhorar os sintomas de depressão por meio de técnicas psicológicas. Também serão realizadas avaliações online pelos profissionais de saúde ao longo do estudo.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo site maay.com.br.
Fonte: (FOLHAPRESS) ( Noticiasaominuto.com.br)