O teste vai avaliar se crianças e jovens entre 6 e 17 anos apresentam uma boa resposta imunológica com a vacina
A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em conjunto com o laboratório AstraZeneca, e que está sendo aplicada no Brasil contra a covid-19, será submetida a testes em crianças e adolescentes. O anúncio foi feito neste sábado (13) pela própria universidade. A vacina será produzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
O estudo é o primeiro da vacina nessa faixa etária. A CoronaVac, Janssen e Pfizer já anunciaram que também estão com testes em andamento nesses grupos. A previsão é que os testes comecem ainda neste mês.
O teste vai avaliar se crianças e jovens entre 6 e 17 anos apresentam uma boa resposta imunológica com a vacina. Esse estudo clínico de fase 2 vai recrutar 300 voluntários. Ao menos 240 receberão a vacina, enquanto o restante, que será o grupo de controle, vai tomar a vacina contra meningite, que é segura em crianças e espera-se que se produza reações semelhantes, como dor no local da aplicação.
“Embora a maioria das crianças não seja relativamente afetada pelo coronavírus e provavelmente não adoeça com a infecção, é importante estabelecer a segurança e a resposta imunológica à vacina em crianças e jovens, pois alguns deles podem se beneficiar com a imunização. Esses novos testes ampliarão nossa compreensão do controle do SARS-CoV2 para grupos dessas idades”, afirmou Andrew Pollard, professor de Infecção Pediátrica e Imunidade da Universidade de Oxford e principal autor do estudo, por meio de nota.
“A pandemia teve um impacto negativo profundo na educação, desenvolvimento social e bem-estar emocional de crianças e adolescentes, além de doenças e apresentações raras de doenças graves. Portanto, é importante coletar dados sobre a segurança e a resposta imune à nossa vacina contra o coronavírus nessas faixas etárias, para que eles possam se beneficiar potencialmente da inclusão em programas de vacinação em um futuro próximo”, complementou o pediatra Rinn Song, cientista clínico do Oxford Vaccine Group.
O teste é financiado pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde (NIHR) e pela AstraZeneca.
A vacina de Oxford demonstrou ter eficácia média de 70% de proteção contra a covid-19, com variação de 62% a 90%, de acordo com a dose, em adultos.
O imunizante é feito a partir de vetor viral não replicante. Utiliza adenovírus, que causa resfriado comum em chimpanzés, como veículo para levar fragmentos do novo coronavírus, entre eles a proteína spike, para induzir uma resposta imune no organismo.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na sexta-feira (12), a importação de mais doses prontas da vacina de Oxford da Índia. Dois milhões de doses já estão sendo aplicados no país. A vacina de Oxford foi a primeira contra a covid-19, junto à CoronaVac, a ser aprovada para uso emergencial no Brasil, em 17 de janeiro. No dia 29 do mesmo mês, a Fiocruz apresentou solicitação de registro definitivo da vacina à Anvisa. A análise do pedido está em andamento.
Com informações do Portal R7
Fonte: folhavitoria.com.br