Esporte inclusivo pode ser uma realidade?
Qual a primeira coisa que vem à sua mente quando se fala em esporte? As Olimpíadas? O Brasileirão? O intermunicipal? Domingão em frente à TV? Esses são exemplos muito distantes do nosso dia a dia, associados exclusivamente ao esporte de alto rendimento, (guardando algumas exceções, se bem que pelo que se paga aos atletas de Intermunicipal talvez possamos até enquadrar como “alto rendimento”) ou seja, àquela prática intensa com foco na competição e na superação dos limites. Aqui vamos falar de outra relação com o esporte. Nossa proposta é pensar no esporte como uma atividade divertida, inclusiva, interativa, em que todo mundo pode jogar junto: menino, menina, pessoa com deficiência, idoso, craque ou amador.
A isso chamamos de Esporte para o Desenvolvimento, um direito de todas as meninas e todos os meninos, idosos e deficientes que, além de fazer bem à saúde, contribui para melhorar a autoestima, o equilíbrio físico e psíquico, a capacidade de interação social, a afetividade, as percepções, a expressão, o raciocínio e a criatividade. Com isso, é possível melhorar o controle do corpo e a capacidade de brincar, aprender e fazer amigos. O esporte pode também ajudar a aumentar o interesse e o desempenho na escola, no trabalho etc., mas é importante que seja leve e divertido. A prática de esportes pode ainda ajudar a transmitir valores como respeito a regras e limites, estimular a aceitação da vitória ou da derrota, e ajudar a fortalecer as relações de solidariedade ,temos visto nos últimos anos em Eunápolis um “show” de atividades esportivas voltada exclusivamente para a competitividade ,”escolinhas” de futebol com pessoas em sua gestão que tem boa vontade ,porem infelizmente muitos não tem interesse em qualificar-se e os poucos que tem algum tipo de formação voltada para o assunto em questão não apresentam “boa vontade” em mudar o formato que aí estar, deixando-se “levar” geralmente pelos interesses pessoais ; Campeonato e competições chegam a se “atropelar” com as datas ,não há um calendário para tais atividades ,aqui só se fala em Futebol e a gestão do prefeito Robério ,esquece das outras práticas esportivas, por tudo isto fica aqui o nosso pedido a próxima gestão para fazer tudo diferente e de maneira salutar para a nossa comunidade, chegou a hora de termos um papel não de coadjuvante mas de protagonistas da nossa própria realidade esportiva municipal.
Deixo abaixo algumas garantias previstas em lei:
O direito a praticar esportes está assegurado na Convenção sobre os Direitos da Criança, na Constituição Federal brasileira e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Nosso desafio é que ele seja garantido nas escolas, nas praças, nos parques e nas comunidades. O esporte é para todos e todas, e deve ser praticado com respeito à diversidade e às condições físicas e psicológicas de cada pessoa.
Os princípios do direito ao esporte educacional, seguro e inclusivo são os seguintes:
- Diversificar para incluir: todas as crianças e todos (as) os (as) adolescentes devem ter oportunidade de praticar esporte. Meninos e meninas jogam, brincam e se divertem juntos. Adaptações como campos e quadras pequenas, bolas mais leves, rede de vôlei mais baixa, aros de basquete de diversos tamanhos e alturas, traves menores são algumas ferramentas para tornar o jogo mais divertido, educacional, seguro e inclusivo.
- Conversar para decidir juntos: todos e todas são convidados (as) a discutir como, quando e por que praticar esporte. As regras do jogo devem ser construídas coletivamente, e para tanto é preciso dialogar, saber ouvir, construir acordos e regras, e avançar nas decisões tomadas coletivamente.
- Aprender sobre o outro: somos diferentes uns dos outros, mas todos e todas têm os mesmos direitos, que precisam ser respeitados. Aprendemos muito quando jogamos juntos e nos adaptamos para que todos (as) possam jogar.
- Liberdade com responsabilidade: jogar é aprender a fazer escolhas conjuntamente, o tempo todo: construir e decidir regras juntos, resolver conflitos pelo diálogo, cuidar do material, ocupar espaços dentro ou fora da escola, mobilizar a comunidade para manter o campo e a quadra bem cuidados. Esse é um exercício de conquista de autonomia em que se compreende que as escolhas interferem na vida de todas as pessoas.
- Educar de corpo inteiro: crianças e adolescentes não podem ser divididos em corpo e mente. O esporte contribui para articular habilidades motoras com pensamento e emoções.
Fonte: Por Rege Lopes