Os profissionais da educação de Eunápolis vêm sofrendo com uma série de cortes e descaso por parte do atual prefeito. Cordélia Torres, pré-candidata a prefeita, realizou uma live nesta quinta-feira, 10/09, e ouviu a situação e as reivindicações da classe.
O gestor municipal cortou a Regência de Classe, além de demitir centenas de profissionais contratados mediante Processo Seletivo. Cordélia lembrou que a prefeitura recebeu cerca de R$ 80 milhões do Fundeb e que não há necessidade de cortes na educação. “Professores têm direitos adquiridos e que não estão sendo atendidos. O Fundeb é um pilar, vem o recurso para entregar ao profissional da educação o que é de direito deles. Qual a justificativa de ter retirado esse valor? ”, questiona.
Dádiva Ferraz, professora efetiva há 25 anos, afirma que seus direitos estão sendo tolhidos. “Eu presto um serviço que não dependi de ninguém pra conquistar e foi tirado 30% do meu salário. Por que eu perdi isso? ”. Ela segue afirmando que a situação que estamos enfrentando não foi por uma questão de escolha: “As pessoas não entendem. Nós queremos receber porque nosso dinheiro está na conta, é só a pessoa responsável (prefeito) nos repassar. Eu não estou na sala de aula porque não posso, mas eu poderia estar dando aulas remotas, fazendo cursos, me aperfeiçoando”, enfatiza.
O professor Thiago Mota também levantou diversos questionamentos quanto ao efetivo de profissionais para a ministração das aulas remotas, caso elas ocorram. “Parte dos nossos professores foram demitidos, a extensão de carga horária foi retirada, não temos mais condições. Tem uma turma em que todos os professores eram do Processo Seletivo, como vão ter aula se não tem professor?”.
Os professores mostraram a situação de desamparo que se encontram nesse momento, sem poder recorrer a alguém que realmente se interesse pela causa e tenha força para lutar. “Eu acredito nessa educação do cuidado e a gente não está sendo cuidado, infelizmente. Os professores têm tentado se motivar, conversado com os alunos pelas redes sociais, tentado motivar para que eles persistam, mas infelizmente não podemos sozinhos. Precisamos de um apoio que deveria vir da gestão”, afirma o professor Gilberto Fernandes.
“Eu quero cuidar de gente como a gente. Não só ter esse olhar carinhoso, mas ser alguém que vai contribuir para o crescimento, desenvolvimento de Eunápolis”, garante Cordélia. Ela ainda lembrou que os profissionais merecem todo respeito, tanto por parte da sociedade quanto por parte do prefeito que parece subestimar a força da classe: “O prefeito acha que a o professor perdeu a força porque não está em sala de aula, mas a força do professor está onde ele estiver”.
Fonte: Ascom – Cordélia Torres