Estudos indicam que 33% das pessoas internadas por doenças causadas por coronavírus tiveram traumas relacionados ao período no hospital
Os pacientes que superaram a covid-19 e que passaram por internação na UTI estão suscetíveis a desenvolver transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Essa é a conclusão de uma pesquisa liderada por cientistas da Universidade College London, na Inglaterra, publicada em 18 de maio na revista científica The Lancet Psychiatry.
Os cientistas analisaram 72 estudos com dados de mais de 3.500 pacientes internados por doenças causadas por coronavírus, como covid-19, Sars, que teve um pico de casos em 2002, e Mers, que teve o auge de contágio em 2012.
Segundo o estudo, 33% das pessoas curadas de Sars e Mers apresentaram sintomas de estresse pós-traumático até dois anos depois da alta.
A pesquisa inglesa identificou que o risco de desenvolver o distúrbio psiquiátrico é maior em pacientes que passaram muito tempo internados na UTI e tiveram que usar o respirador.
“Uma estada em uma UTI é muito difícil de esquecer”, afirma o psicoterapeuta e psiquiatra Luiz Cuschinir. “Muitas pessoas que não estão se cuidando e levando seriamente as recomendações não têm ideia do que é estar em uma UTI. O isolamento total, impossibilidade de comunicação, a dependência física e psicológica total e tantos outros fatores todos os dias.”
O TEPT pode ser desencadeado a partir da vivência de uma experiência própria, como paciente da covid-19 e médicos da linha de frente nos hospitais, ou de um testemunho de uma experiência traumática, como as pessoas que acompanham a pandemia pelo noticiário.
“São cenas que não estamos habituados a ver. A gente não tem treinamento para isso. Ninguém tem”, afirma Fátima Vasconcellos, da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP).
Os pacientes que enfrentam um quadro leve de TEPT podem apresentar sintomas como ansiedade, depressão, dificuldade de controlar os afetos ou até um retraimento afetivo. Nos casos graves, podem ocorrer flashbacks – isto é, memórias invasivas –, dificuldade de lidar com as emoções e até mesmo de percebê-las.
O estresse desencadeado em decorrência da covid-19 pode ser comparado ao estresse vivenciado por um soldado em uma guerra. Os estudos sobre esse distúrbio começaram a ser aprofundados com os casos registrados entre as pessoas que lutaram na Segunda Guerra Mundial e na Guerra do Vietnã.
A pesquisa inglesa identificou que o risco de desenvolver o distúrbio psiquiátrico é maior em pacientes que passaram muito tempo internados na UTI e tiveram que usar o respirador.
“Uma estada em uma UTI é muito difícil de esquecer”, afirma o psicoterapeuta e psiquiatra Luiz Cuschinir. “Muitas pessoas que não estão se cuidando e levando seriamente as recomendações não têm ideia do que é estar em uma UTI. O isolamento total, impossibilidade de comunicação, a dependência física e psicológica total e tantos outros fatores todos os dias.”
O TEPT pode ser desencadeado a partir da vivência de uma experiência própria, como paciente da covid-19 e médicos da linha de frente nos hospitais, ou de um testemunho de uma experiência traumática, como as pessoas que acompanham a pandemia pelo noticiário.
“São cenas que não estamos habituados a ver. A gente não tem treinamento para isso. Ninguém tem”, afirma Fátima Vasconcellos, da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP).
Os pacientes que enfrentam um quadro leve de TEPT podem apresentar sintomas como ansiedade, depressão, dificuldade de controlar os afetos ou até um retraimento afetivo. Nos casos graves, podem ocorrer flashbacks – isto é, memórias invasivas –, dificuldade de lidar com as emoções e até mesmo de percebê-las.
O estresse desencadeado em decorrência da covid-19 pode ser comparado ao estresse vivenciado por um soldado em uma guerra. Os estudos sobre esse distúrbio começaram a ser aprofundados com os casos registrados entre as pessoas que lutaram na Segunda Guerra Mundial e na Guerra do Vietnã
O tratamento contra TEPT é feito com psicoterapia associada a tranquilizantes da classe dos benzodiazepínicos, mas essas drogas devem ser administradas com cautela e prescritas por médicos.
“Curiosamente, quando se faz uso de tranquilizantes durante o evento traumático, eles aumentam o risco de a pessoa desenvolver TEPT. Existe a teoria de que quando se está mais consciente do trauma, é possível assimilá-lo melhor. A psicoterapia pode ser de grande contribuição nesse sentido”, diz Carolina Hanna Chaim, do Hospital Sírio-Libanês
Em alguns casos, o paciente pode desenvolver dependência do uso de tranquilizantes e, nesse casso, os médicos podem prescrever antidepressivos associados à psicoterapia.
“A ansiedade pode ser controlada com os antidepressivos, que não provocam dependência. Em um primeiro momento, introduz-se os tranquilizantes, que têm efeito imediato, mas, a longo prazo, deve-se fazer uso do antidepressivo, que têm efeito contínuo”, diz Vasconcellos.
Uma alternativa aos medicamentos é o uso de realidade virtual e de outras técnicas de exposição para tratar o transtorno. Com o auxílio da tecnologia, os pacientes são conduzidos pelos médicos a reviver a experiência traumática de forma controlada e segura dentro do consultório médico.
A família tem um papel importante para o tratamento e acompanhamento de casos de TEPT. Em caso de uso da tecnologia para reviver a experiência, as pessoas próximas do paciente podem também ser submetidas ao momento que gerou o trauma para entender melhor a situação e por que a pessoa sofre.
“A família deve ser compreensiva em relação ao sofrimento da pessoa com TEPT, sem críticas e sem conselhos de senso comum, como ‘levante a cabeça’ e ‘vá em frente’ ou ‘o problema já passou, agora não há mais por que sofrer’”, afirma Braun.
Fonte: https://noticias.r7.com/