Cerca de um quinto das indústrias brasileiras, ou 22%, têm condições financeiras de manter as atividades em funcionamento por apenas um mês se forem mantidas as medidas de isolamento social em boa parte do País. Esse é um dos resultados de pesquisa de opinião feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com industriais brasileiros. O setor corresponde a cerca de 20% do PIB do Brasil (soma das riquezas produzidas).
Outros 45% dos entrevistados disseram que podem manter as atividades com o isolamento social entre um e três meses. Ou seja, as indústrias que sobreviveriam por até três meses com a manutenção das medidas de isolamento somam 67% do total. Já 11% podem manter as atividades por quatro e cinco meses. 12% suportariam o isolamento entre seis meses e um ano. Apenas 7% por mais de um ano e 2% não responderam.
Com a situação dramática, o setor se divide quanto ao apoio ao isolamento social. Questionados se são a favor ou contra o isolamento social como forma de combater o avanço do novo coronavírus no Brasil, 45% dos industriais responderam que sim, 10% se disseram neutros, nem a favor nem contra, e 42% são contra o isolamento social. 2% não responderam.
O estudo apontou que os pagamentos de impostos e tributos e de salários estão entre as maiores dificuldades enfrentadas pelos industrais. 48% deles apontaram o pagamento de impostos como maior problema financeiro e 45% apontaram os salários.
Em 61% das indústrias houve acordo de redução de jornada e salários como medida para enfrentamento da covid-19. Já em 39% não houve redução de jornada e salários.
Grande parte das indústrias brasileiras, ou 78%, suspenderam contratos de trabalhos, contra 22% que não suspenderam. A maior parte das supensões são de até três meses.
Na maioria do parque industrial brasileiro houve demissões. 34% dos industriais ouvidos pela pesquisa disseram ter demitido durante a pandemia, contra 66% que não desligaram funcionários. Entre as empresas que demitiram, o volume de desligamentos permanentes é de 20%.
Pesquisa
A pesquisa foi realizada pelo Instituto FSB Pesquisa por telefone entre os dias 15 e 25 de maio. Foram entrevistados executivos de 1.017 empresas industriais brasileiras de forma proporcional à presença do setor em todas as unidades da federação. A margem de erro no total da amostra é de 3 pontos percentuais e a confiança é de 95%.
Fonte: https://noticias.r7.com/