O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), parte dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), anunciou nesta quarta-feira (3) o início dos testes em humanos de uma nova vacina contra o vírus da zika. Esta é a segunda candidata a vacina de zika a iniciar testes clínicos de fase 1.
Trata-se de uma vacina de DNA em que o indivíduo recebe um fragmento de DNA que codifica uma proteína do vírus da zika. Isso deve provocar uma resposta imune que vai protegê-lo da doença.
Uma técnica semelhante tem sido usada no desenvolvimento de outras vacinas, como a do vírus do oeste do Nilo. As vacinas de DNA são vistas como uma tendência para o futuro, mas, até o momento, não existe nenhum produto desse tipo aprovado para uso comercial.
Durante a fase 1 de testes clínicos, chamada VRC 319, a vacina será aplicada em 80 voluntários saudáveis com idade entre 18 e 35 anos nos Estados Unidos: em Bethesda e Baltimore, em Maryland, e em Atlanta, na Geórgia.
O primeiro voluntário já recebeu a vacina nesta terça-feira, e o instituto está recebendo inscrições de novos voluntários. Eles serão divididos em quatro grupos de 20 pessoas. Cada grupo receberá diferentes doses da imunização.
O objetivo da fase 1 de testes clínicos é verificar a segurança do produto e obter dados preliminares sobre a resposta imune promovida pela vacina.
Fauci alertou, no entanto, que o início da fase 2 pode ser adiado caso o instituto não receba o financiamento necessário. Há hoje uma grande batalha ocorrendo no Congresso dos Estados Unidos sobre o financiamento para pesquisas de zika. O presidente Barack Obama tinha pedido a aprovação de uma verba de US$ 1,9 bilhão para financiar trabalhos sobre o vírus, mas o Congresso ainda não aprovou o orçamento.
A vacina deve ser destinada a mulheres em idade reprodutiva, já que o principal problema relacionado ao vírus da zika é sua associação com casos de microcefalia e outros problemas neurológicos em bebês cujas mães foram infectadas durante a gestação.