Às vésperas de ter que lidar com uma possível greve de caminhoneiros no país, o presidente Jair Bolsonaro anunciou na noite de quinta-feira (28) o lançamento do “cartão-caminhoneiro”, que vai garantir a compra de combustível, pelos motoristas de carga, sem a variação oscilante do preço do óleo diesel, uma das principais reclamações da categoria.
“Teremos, daqui no máximo a 90 dias, o cartão-caminhoneiro. O que é isso? O caminhoneiro passa no posto de combustível, ele vai pagar o preço do óleo diesel do dia. Isso é uma vantagem, garante a ele que seu frete não será consumido por possíveis reajuste no preço do óleo diesel [durante uma viagem de fretamento]”, afirmou o presidente.
O anúncio foi durante transmissão ao vivo, na noite desta quinta (28), na página oficial de Bolsonaro no Facebook. Acompanhado do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e de uma intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), o presidente falou pouco mais de 17 minutos.
Bolsonaro citou também a decisão recente da Petrobras, que anunciou que não haverá reajuste no preço do diesel em intervalos inferiores a 15 dias.
Greve dos caminhoneiros em maio de 2018 gerou o caos no País (EBC/Divulgação)
Na quarta-feira (27), um dos líderes dos caminhoneiros, Wallace Costa Landim informou que a manifestação prometida para este sábado (30), não está confirmada, mas que há entre 15 e 20 grupos no Whatsapp que mantêm o indicativo de paralisação. Segundo Landim, esses grupos fogem ao controle das lideranças sindicais com as quais o governo federal tem conversado.
Em maio do ano passado, a greve dos caminhoneiros paralisou totalmente o país, levando cidades ao desabastecimento de combustíveis e alimentos.
Em setembro de 2018, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou um análise, atestando que os 11 dias de paralisação dos caminhoneiros no Brasil levou à diminuição da produtividade do trabalho da indústria no segundo trimestre, um recuo de 3,4%, de abril a junho na comparação com o trimestre anterior (janeiro a março).
Promessa de redução de radares nas rodovias
O presidente voltou a afirmar, durante a transmissão, que pretende eliminar os radares de velocidade em rodovias federais do país, inclusive aquelas que são administradas por concessionárias privadas. “Nós não queremos mais novos pardais no Brasil, que visam a cobrança, a multagem eletrônica”, disse.
Para o presidente, o excesso de radares configura uma “indústria da multa”. “O que está acertado com o Tarcísio [Gomes, ministro da Infraestrutura] é que os contatos vencidos [de implantação de radares eletrônicos] não serão renovados”, afirmou.
Da Agência Brasil
Fonte: bhaz.com.br