Problema é considerado sério pela Organização Mundial da Saúde e afeta mais as mulheres do que os homens.
Existe uma grande probabilidade de já ter acontecido com você ou de alguém próximo já ter comentado: de repente, um barulhinho chato surge na cabeça, mas não existe nenhuma fonte sonora por perto que o justifique. Em alguns casos, é agudo como um apito; em outros, grave como um motor. Pode também parecer um grilo, o barulho de água escorrendo e mesmo batidas do coração ou cliques.
Trata-se do zumbido, um problema que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2020 deve atingir 25% da população mundial – o que significa que, a cada grupo de quatro pessoas, uma sofrerá com isso. Para a OMS, esta é uma questão muito séria, pois prejudica a qualidade de vida e pode levar a outros transtornos, como os de sono ou de saúde mental.
De onde vem esse zumbido?
Fayez Bahmad Jr, médico do Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia, explica que o zumbido é “uma tentativa do sistema responsável pela audição compensar a ausência do estímulo auditivo que deveria estar presente.”
A causa inicial, de acordo com Fayez, tende a ser uma destas:
– distúrbios de ansiedade, depressão e sono;
– otosclerose (um crescimento anormal dos ossículos, no ouvido médio);
– surdez súbita (perda auditiva, em até três dias, de três frequências de som em mais de 30 decibéis);
– schwannoma vestibular ou neurinoma do acústico (tumor que acomete o crânio); e
– otites médias, agudas ou crônicas (inflamações na orelha média).
Pioneira dos estudos sobre zumbido no Brasil, a médica Tanit Ganz Sanchez esclarece que o zumbido não é uma doença única e padronizada, e suas causas podem ser influenciadas por hábitos secundários, como o consumo excessivo de doces, cafeína, glúten e drogas ilícitas.
“No cenário atual, o zumbido é entendido como uma doença da vida moderna que só tende a crescer”, afirma ela, que é fundadora do Instituto Ganz Sanchez e criadora do site TV Zumbido, onde podem ser vistos vídeos gratuitos sobre este problema contemporâneo.
Zumbido afeta mais as mulheres do que os homens
Embora o zumbido não seja muito exigente em relação ao seu público, atingindo desde crianças até idosos de todas as etnias e classes sociais, Fayez conta que estudos científicos revelas uma prevalência superior da condição entre as mulheres.
“Talvez isso possa ser explicado pela frequência também maior entre o público feminino de distúrbios de ansiedade e depressão”, opina.
Como se livrar do zumbido?
O tratamento definitivo é por meio da causa do zumbido, ou seja, cuidando de uma daquelas apontadas ali em cima. Por isso, a primeira providência a ser tomada é se consultar com um médico otorrinolaringologista para investigar o que está levando este zumbido para a sua cabeça e a partir daí adotar os procedimentos necessários.
A ótima notícia é que todo zumbido tem cura medicamentosa. “Por isso é importante o diagnóstico correto da causa”, frisa Fayez. “Todo zumbido merece ser investigado e tratado.”
Se você já estiver com sua consulta com um/a otorrinolaringologista marcada e quiser atenuar o zumbido neste meio tempo, as dicas dos especialistas são: durma melhor, adote uma atividade física regular (pode ser uma caminhada pela manhã) e diminua o consumo de açúcar refinado e de cafeína. Não será a cura, mas você viverá muito melhor até conseguir fechar o diagnóstico do seu caso e atacar o mal pela raiz.
Fonte: mdemulher.abril.com.br